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Ministros de Lula resistem aos cortes
05/01/2008 | 07:08
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Ministérios que podem ser afetados pelo corte de R$ 20 bilhões em investimentos, como forma de compensar o fim da CPMF, começaram a reagir à decisão da equipe econômica. O ministro da Justiça, Tarso Genro, por exemplo, teve ontem reunião com o presidente Lula e defendeu a manutenção das verbas de investimentos para sua pasta.

Depois do encontro, Tarso Genro disse que o governo deve investir neste ano o dobro do que foi aplicado em segurança em 2007, com previsão de R$ 750 milhões, contra R$ 450 milhões do ano passado

Pela decisão da equipe econômica, somente os ministérios que têm obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) – Integração Nacional, Transportes, Cidades, Educação e Saúde – não sofrerão cortes. Para o Ministério da Justiça está previsto o uso da tesoura em cerca de R$ 900 milhões.

RESISTÊNCIA

Mas, ao visitar o presidente Lula para defender os investimentos em segurança, Tarso Genro mostrou que resistirá. “Continuo absolutamente confiante que não terei corte de recursos”, disse o ministro, logo depois de deixar o gabinete do presidente da República.

Ele levou a Lula números do Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania) e disse que as primeiras 600 residências destinadas a policiais serão entregues nos primeiros meses deste ano – 400 no Rio Grande do Sul e 200 nas cidades goianas próximas de Brasília.

Os cortes no Ministério da Defesa devem ficar em torno de R$ 3,2 bilhões, conforme os cálculos da equipe econômica. Mas a assessoria do ministro informou que Nelson Jobim deverá, como fez Tarso Genro ontem, ter uma reunião com Lula e os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil), e Paulo Bernardo (Planejamento), para defender a integralidade de suas verbas. Só para a Aeronáutica, por exemplo, estão previstos investimentos de R$ 3,64 bilhões; para o Exército, R$ 2,6 bilhões; para a Marinha, R$ 2,1 bilhões.

EDUCAÇÃO

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse que o acordo feito por seu partido com o governo, durante a votação da CPMF, segundo o qual neste ano R$ 1,5 bilhão da DRU (Desvinculação das Receitas da União) destinados à Educação não poderão ser usados para outro fim, vai salvar o sistema educacional brasileiro. No Ministério da Educação os cortes poderão chegar a cerca de R$ 1,8 bilhão.

“Espero que o governo cumpra o acordo e libere R$ 1,5 bilhão para a Educação. Se não fizer isso, as crianças ficarão de fora da escola e o governo terá cinco inimigos, os cinco senadores do PDT”, disse Cristovam.

“Há dias, o ministro Carlos Lupi (Trabalho e presidente do PDT) procurou o ministro Guido Mantega (Fazenda) e obteve dele a garantia de que o governo não vai sacrificar a Educação”, afirmou o senador. O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) poderá ser um dos mais afetados, com cortes de R$ 700 milhões.



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