A Secretaria de Estado da Educação voltou atrás na idéia de reprovar os alunos de dois em dois anos em 2008.

A medida, anunciada no primeiro semestre do ano passado pela antiga secretária da Pasta, Maria Lucia Vanconcelos, visava reduzir o tempo da progressão continuada – sistema de ensino vigente nas escolas estaduais de São Paulo – que retem os alunos somente a cada quatro anos de estudos completados.

Dessa forma, estudantes do ensino fundamental com dificuldades de aprendizado continuarão passíveis de reprovação somente na 4ª série.

De acordo com a secretaria, a intenção de diminuir o tempo para a repetência não era uma meta clara e sim uma das ações estudadas pelo governo.

Mas a não instituição da retenção na 2ª série em 2008 não garante que a medida deixe de ser implantada adiante.

Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) e educadores escutados pelo Diário acreditam que o problema não está na progressão continuada ou no seu tempo de duração, mas sim nas más condições para alunos e professores.“Temos de ter escola com infra-estrutura adequada. A questão de quando se reprova é irrisória”, acredita a coordenadora do curso de pedagogia da PUC-SP, Maria Stela Santos Graciane.

“Isso revela a descontinuidade nas políticas educacionais do Estado, o que é ruim”, defende o presidente da Apeoesp, Carlos Ramiro de Castro. “De qualquer forma, essa questão de dois ou quatro anos não é tão relevante. O problema são as salas lotadas e a desvalorização do profissional, entre outras coisas”, completou.

A Secretaria de Estado da Educação, atualmente comandada por Maria Helena Guimarães de Castro, alega que a repetência na 2ª série é uma medida ineficaz para recuperar o aluno.