Esportes Titulo Vôlei
Mari, Sheilla e Fofão desfilam com o ouro
Dérek Bittencourt
Especial para o Diário
29/08/2008 | 07:16
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As três jogadoras da Seleção Brasileira de Vôlei que jogam no São Caetano/Blausiegel, Mari, Fofão e Sheilla, medalhistas de ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim, há menos de uma semana, desfilaram ontem pelas principais ruas da cidade sobre um carro de som. Durante o percurso de cerca de uma hora, as atletas foram aplaudidas, saudadas e fotografadas pela população, que deixava os locais de trabalho e o horário do almoço para ver de perto as meninas. "São o nosso orgulho", gritava uma torcedora.

"Elas demonstraram muita garra lá em Pequim, muito mais do que os homens no futebol, e vê-las é uma coisa maravilhosa, é um orgulho muito grande para nós e trazem a mídia para a cidade", comentou um torcedor que teve a bola autografada pelas três.

Quando chegaram ao Palácio da Cerâmica, sede da Prefeitura de São Caetano, foram recebidas pelo prefeito José Auricchio Jr, pelo diretor de Esportes e Turismo, Mauro Chekin, e, em seguida, encaminhadas a uma sala, onde concederam uma coletiva à imprensa da região. "Em nome de São Caetano e de todo o Brasil, obrigado e parabéns", disse o prefeito. "Vocês trazem muita glória e estima para a cidade", completou.

A levantadora Fofão parecia ser a mais contente por voltar a jogar na cidade onde conquistou o primeiro torneio da carreira. "São Caetano foi onde ganhei meu primeiro título (o Campeonato Brasileiro de 1991, pela extinta equipe da Colgate) e agora ter a oportunidade de voltar para um lugar onde tenho boas lembranças me deixa muito motivada", disse.

Sheilla e Mari não deixaram por menos. "Já estava jogando lá fora há quatro anos (No Pesaro, da Itália) e queria ficar perto da minha família. Agora é aproveitar e buscar o melhor resultado", disse Sheilla. "Para a gente é uma oportunidade legal, porque queríamos voltar ao Brasil. São Caetano está montando um time de ponta, para brigar por títulos", emendou Mari.

Sobre a difícil tarefa de trazer para o País o inédito ouro olímpico no vôlei feminino, Sheilla destacou a evolução da equipe. "Nosso time adquiriu confiança desde o Grand Prix e isso foi crescendo durante a Olimpíada. O resultado foi a medalha de ouro", comentou.

Já Mari foi enfática e citou a superação da síndrome de amarelão que adquiriram na semifinal da Olimpíada de Sydney, quando perderam de virada para a Rússia após vencerem a partida por 2 sets a 1, estar com o placar favorável em 24 a 19 no quarto set, mas acabaram caindo. "A gente passou por muitas coisas difíceis nestes últimos quatro anos, sempre lembradas como parte de um time amarelão, e para a gente era complicado. Isso era uma coisa que estava entalada nas nossas gargantas e quando acabou conseguimos lavar a alma", comentou a jogadora.

Fofão confirma saída da seleção, e anuncia projeto social

A levantadora Fofão admitiu que a Olimpíada foi mesmo a última competição com a camisa da seleção. Na próxima semana a jogadora ainda disputará o Torneio Final Four, em Fortaleza (CE), mas o que fica na memória é ter finalizado seu ciclo pelo País com uma medalha de ouro olímpica.

"Nem se quisesse imaginar seria tão bom como foi. Para mim fica uma imagem bonita e me sinto muito gratificada por este final feliz", disse a jogadora, que se dedicará agora a duas coisas: ao São Caetano/Blausiegel e um projeto social, que ela revelou ontem que sonha em idealizar. "Tenho a vontade de poder retribuir de alguma maneira e incentivar as crianças, dar um caminho a elas. O objetivo é montar alguma coisa, porque tenho muito a passar adiante.", admite.

Para quem continua na seleção, casos de Mari e Sheilla, a ausência de Fofão será sentida. "Vai ser um pouco difícil sem ela, mas temos outras jogadoras que podem substitui-la, assim como aconteceu em 2004", disse Mari, referindo-se a substituição de Fernanda Venturini, que se aposentou, pela própria Fofão.




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