Embora o candidato do PT à sucessão de Diadema, Mário Reali, tenha afirmado que a Secretaria Estadual do Meio Ambiente pudesse, por motivos eleitorais, atravancar os projetos de recuperação urbanística e ambiental da Prefeitura para o Sítio Joaninha, loteamento irregular em área de proteção aos mananciais, a própria administração municipal confirmou que o processo já foi visto e devolvido pelo órgão estadual no último dia 7. No documento, a secretaria estadual pede informações técnicas sobre as plantas apresentadas. O prazo para atendimento é de 60 dias, a partir do recebimento. Do contrário, o processo de licenciamento ambiental é arquivado, conforme o decreto estadual 47.400/02.

A afirmação de Reali foi feita à comunidade do Sítio Joaninha, durante atividade de campanha no dia 16 de julho no local. Na oportunidade, conforme reportagem publicada pelo Diário, o candidato da coligação Diadema Quer Mais disse que dependia da aprovação do projeto na Secretaria Estadual de Meio Ambiente para que a Prefeitura iniciasse as intervenções. O petista associou o órgão à figura do seu adversário político, o tucano José Augusto da Silva Ramos, que pertence ao mesmo partido do governador José Serra (PSDB). "Eles podem não facilitar a aprovação e o nosso adversário vir aqui e dizer que nós não cumprimos a promessa", afirmou na ocasião.

O Sítio Joaninha existe há quase 20 anos na região do Eldorado, na divisa entre Diadema e São Bernardo. No entanto, somente em março deste ano, após quase oito anos de mandato do petista José de Filippi Júnior, a Prefeitura deu entrada no projeto de urbanização. O PT governa a cidade há 22 anos. O valor de investimento estimado é de aproximadamente R$ 20 milhões, com financiamento do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Ali, não existe saneamento básico, água potável e pavimentação. O local abriga hoje 1.436 pessoas, que representam 342 famílias.

A Secretaria de Meio Ambiente, por meio da assessoria de imprensa, confirmou a devolução dos projetos para continuidade da análise, uma vez que o "PAC é prioridade".

Reali disse que, como deputado estadual, tem cobrado o Estado e a própria Prefeitura sobre a questão ambiental. Porém, acusou novas pendências no órgão estadual: o novo campus da Unifesp, no bairro Eldorado; e a lei específica da Billings.