Estupro era filmado no celular e acontecia na frente de criança
Policiais civis da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) de São Bernardo prenderam ontem o motorista Hugo Leonardo Fontes Vitola, 39 anos, acusado de abusar sexualmente da sobrinha, de 15, na casa onde ambos moram, no bairro Areião. Uma criança de 2 anos teria presenciado a prática.
Segundo os relatos da adolescente, os abusos começaram há cerca de um ano, mas só em janeiro ela foi procurar a polícia, acompanhada de uma das filhas de Vitola, para denunciá-lo.
Enquanto era aberto o inquérito, dois fatos mudaram os rumos da investigação. Uma outra filha do motorista denunciou que o próprio pai tentou lhe tirar a roupa enquanto dormia. Como os exames não apontaram o estupro, a acusação foi anexada ao material que as autoridades haviam levantado.
No fim da última semana, a mesma filha que havia ido junto da prima denunciar o estupro levou aos policiais um vídeo do ato criminoso, gravado por Vitola com o celular. Nas imagens, o ato é presenciado por outra sobrinha do acusado, de apenas 2 anos. Os abusos teriam começado quando Vitola deixou o CDP (Centro de Detenção Provisória) de Diadema, onde cumpriu parte da pena por roubo de carga há dois anos.
O motorista foi autuado por estupro de vulnerável, prática de ato sexual na frente de criança e por filmar atos sexuais com menores. Ele seria levado à Cadeia de Pinheiros, na Zona Oeste da Capital, com celas próprias para criminosos sexuais.
Em sua defesa, Vitela tentou argumentar que filmou a relação para provar que era consentida e que ele era extorquido pela sobrinha. No depoimento, disse que era obrigado a pagar R$ 20 por cada relação que tinha com ela, além de lhe dar objetos como celular e tênis. Tudo para que não procurasse a polícia. Casado, ele é pai de três meninas, uma de 17 e duas gêmeas de 15, além de um menino de 4 anos.
Em seu depoimento, disse que jamais tentara algo com suas filhas e ainda as alertava para que tomassem cuidado com pedófilos.
O motorista tentou argumentar que a sobrinha é conhecida no bairro, assim como os abusos que cometia, e que por conta disso teria sido inocentado em um tribunal do crime organizado por uma facção criminosa que atua no Estado.
Na delegacia, a menina disse que não denunciara antes os abusos porque era ameaçada por ele dentro de casa. Procurada pelo Diário, a família não quis dar declarações sobre o ocorrido.
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