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Setor automobilístico volta a bater recordes

No acumulado dos últimos doze meses, o setor produziu 3,27 milhões veículos, o que significa crescimento de 21,4% em relação ao mesmo período do ano a

Bruno Ribeiro
do Diário do Grande ABC
05/07/2008 | 07:03
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Junho foi o melhor mês da história da indústria automobilística nacional em produção de automóveis, com 303,8 mil unidades fabricadas. No acumulado dos últimos doze meses, o setor produziu 3,27 milhões veículos, o que significa crescimento de 21,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os números foram divulgados ontem pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) e incluem a produção de carros, caminhões e máquinas agrícolas.

O setor vem registrando aumentos expressivos de produção e vendas há meses. "É um triplo recorde: o melhor mês da história, o maior aumento em relação a um mês do ano anterior e o maior crescimento de um semestre", disse o presidente da Anfavea, Jackson Schneider.

Para o executivo, esse desempenho é resultado dos investimentos do setor e da expansão do mercado consumidor. Para o próximo semestre, no entanto, a entidade espera taxas menores de crescimento - o que, segundo Schneider, é uma situação desejável, por permitir melhor planejamento para os futuros investimentos. A Anfavea projeta alta acumulada de 15% para o ano.

O País vendeu menos automóveis para o exterior: 366.989 unidades, abaixo dos 377.595 veículos do mesmo período de 2007. Mas, em valores, o desempenho foi positivo: a exportação somou US$ 6,8 bilhões, com alta de 11,2%. A justificativa é o dólar mais baixo, que permite correção de preços e a venda de produtos mais caros, como caminhões e máquinas agrícolas.

O balanço da Anfavea coloca o Brasil como o sétimo maior produtor de carros do mundo e o oitavo mercado consumidor. Em junho, o país licenciou 223.240 veículos (incluindo ônibus e caminhões). Só entre os carros, foram 210.556 unidades. Por outro lado, 32.241 carros importados foram licenciados por aqui. No geral, o número de carros licenciados nos últimos 12 meses cresceu 29,7% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Aço é o grande vilão de ajustes moderadas nos preços

Para a Anfavea, o aço é o grande vilão dos pequenos ajustes de preços dos automóveis que ocorreram ao longo desde ano.

Desde o início deste ano, os preços internacionais do aço subiram seguidamente. A commodity já teve dois reajustes em 2008, reclamam a entidade, o que acumularia 45% de acréscimo.

Segundo a Anfavea, diante do comportamento do metal no mercado externo, existe perspectiva de que aconteça um novo reajuste até dezembro, pressionando a indústria automobilística a repassar os valores ao consumidor. Os carros, por enquanto, estão 2,6% mais caros que há um ano atrás, pelas contas da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).

A inflação é vista pelo presidente da Anfavea, Jackson Schneider, como um problema global, mas que pode ser superado pelo País. "O Brasil, hoje, reúne características que o mantém forte para enfrentar essa situação.

Há dez anos atrás, isso seria muito pior", acredita Schneider, citando a capacidade de produção de matérias-primas como um dos escudos da economia nacional.




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