Depois de ter registrado aumento recorde em maio, cesta básica teve a 2ª maior alta do ano em junho
Depois de ter registrado aumento recorde em maio (R$ 29,69), a cesta básica no Grande ABC registrou a segunda maior alta do ano (R$ 17,55) em junho.
A pesquisa realizada semanalmente pela Craisa (Companhia de Abastecimento Integrado de Santo André) constatou que, com o reajuste de 5,59% no conjunto alimentício de primeira necessidade, os consumidores passaram a pagar em junho R$ 331,33 em vez de R$ 313,78, o custo em maio.
O valor cobrado em junho pelas 34 mercadorias básicas comercializadas pelos supermercados da região equivale a 77,05% do salário mínimo dos trabalhadores de São Paulo (R$ 450). Somente o aumento de R$ 17,55 apontado no mês passado corresponde a 4% do mesmo salário.
MAIORES ALTAS
O preço do feijão neste mês apresentou alta de 25,61%. "Apesar da entrada da safrinha de inverno, os preços do produto voltaram a subir, pegando carona nos outros preços disparados", explica o engenheiro agrônomo da Craisa, Fábio Vezzá de Benedetto.
Outro item que subiu em razão da influência da oferta ajustada e das previsões de estoques mundiais baixos foi o arroz. Em junho, o preço do cereal aumentou 14,27% e não deve recuar significativamente no próximo mês.
E no mês passado, o consumidor não conseguiu driblar os acréscimos registrados nas carnes bovinas. Tanto o preço do corte de primeira quanto o de segunda e até mesmo o frango subiram, respectivamente, 5,50%, 7,29% e 7,72%.
PRINCIPAIS QUEDAS
O grupo hortigranjeiros recuou 3,85% em relação a maio. "A entrada da safra da laranja derrubou o preço da fruta em 10,88% e influenciou também o preço de seus concorrentes, como o da banana, que caiu 6,83%", aponta Benedetto.
No período a cebola apresentou queda de 5,55% em razão do início de sua safra nacional, e a alface caiu 3,73% em junho e o tomate, 3,60%.
Segundo o engenheiro agrônomo da Craisa, em maio os supermercados cobravam pelo quilo do tomate R$ 2,94, e no mês seguinte o preço do produto diminuiu R$ 0,10 (R$ 2,84).
Para analistas, juro deve continuar subindo
Os itens alimentícios, assim como outras commodities (mercadorias com cotação internacional, como petróleo e minério de ferro), continuam em alta, embora a inflação mostre sinais de arrefecimento. Isso ocorre, segundo avaliações de institutos de pesquisa de preços, porque outros itens do orçamento doméstico mostram sinais claros de desaceleração.
A taxa inflacionária menor, no entanto, não deve impedir a adoção de novas elevações da Selic (taxa básica de juros) pelo Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, apontam analistas de mercado.
Com isso, o BC tentará puxar mais o freio na demanda, com o aperto monetário, que encarece o crédito e desestimula as compras.
A puxada para cima dos juros é um dos fatores que pressionam o nível de confiança das empresas sobre os investimentos setoriais, segundo pesquisa da Serasa.
Apesar das restrições dos empresários, os consumidores continuam sustentando o aquecimento interno. Os números recordes de vendas de veículos, por exemplo, atestam que o consumo em alta compensa os efeitos negativos da apreciação do real.
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