O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que o Grande ABC só conseguirá melhorar o atendimento à população na área de Saúde se discutir e aplicar medidas em âmbito regional, por meio do Consórcio Intermunicipal.

"O Ministério da Saúde aposta muito no Consórcio, já que a entidade tem papel de liderança. Se cada prefeitura montar seu esquema isolado não vai conseguir resolver os problemas da população", sustentou Padilha, ontem, em entrevista exclusiva na sede do Diário. O ministro participou da entrega de ambulâncias em Santo André.

Questionado  se as questões partidárias prejudicam as discussões entre os municípios, o ministro afirmou que a Saúde vem em primeiro lugar. "Nosso esforço é de aproximar não só os prefeitos, mas também trazer a Secretaria Estadual de Saúde para o papel que ela deve cumprir."

Na próxima semana, os prefeitos terão reunião extraordinária no Consórcio para definir quais serão os projetos indicados a receber recursos do Ministério da Saúde.

Segundo o ministro, as propostas para melhorias devem começar a ser apresentadas pelas prefeituras ainda neste mês.

INVESTIMENTOS

Em setembro, o ministro anunciou repasse de R$ 153 milhões para a região, que seriam utilizados para ampliação do número de leitos de internação, construção e qualificação das UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e melhorias nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde).

"O recurso já está disponível aos municípios. A distribuição da verba depende do esforço das cidades em apresentar planos de melhorias. Fazemos isso porque queremos que o recurso se transforme, de fato, em atendimento de qualidade à população", explicou.

MÉDICOS

A região conta hoje com 17 UPAs - oito em São Bernardo, três em Santo André, quatro em Mauá, uma em Ribeirão Pires e uma em Diadema. Ontem, o ministro garantiu a construção de pelo menos mais uma unidade, em Rio Grande da Serra (leia reportagem abaixo).

Os equipamentos ampliaram a oferta de atendimento de urgências e emergências, mas sofrem de problema crônico: a falta de médicos. Segundo Padilha, a situação não é exclusiva da região. Há carência de especialistas em todo País. 
Uma das alternativas é incentivar a abertura de cursos de Medicina em regiões onde há escassez de profissionais. "O Grande ABC é uma dessas áreas", afirmou.

Além disso, o ministério apoia o Consórcio em estudo que visa estabelecer uma espécie de carreira regional para médicos, em que esses profissionais pudessem atuar nos sete municípios e ter plano de incentivos e salários. "É uma maneira de fixar esse profissional na região", opinou.

UPA de Rio Grande está garantida, diz Padilha

Durante a cerimônia de entrega de cinco ambulâncias do Samu , em Santo André, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, garantiu que Rio Grande da Serra ganhará uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) em breve. "Havia regra que determinava que somente os municípios com mais de 50 mil habitantes poderiam receber um equipamento deste porte, Hoje, a norma considera não apenas a cidade, mas a região que será beneficiada", explicou.

Rio Grande da Serra tem 43 mil moradores. O ministério justifica o empreendimento dizendo que a unidade atenderá também a população de Paranapiacaba e Parque Andreense, bairros de Santo André que fazem divisa com o município.

O prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão, disse que ainda não há prazo para o início das obras. "Tudo depende do trâmite legal, mas o pedido formal foi entregue hoje (ontem) ao ministro". A unidade funcionará na Avenida dos Autonomistas.

A secretária de Saúde de Rio Grande, Regina Maura Zetone, afirmou  ainda que neste ano serão disponibilizadas três equipes para a Saúde da Família e três equipes de Saúde Bucal, formadas por auxiliar de consultório e dentista.

AMBULÂNCIAS

Munícipes, profissionais da Saúde e funcionários da Prefeitura de Santo André acompanharam ontem a cerimônia de entrega de cinco ambulâncias do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

De acordo com o ministro, ainda neste mês mais seis veículos serão entregues.