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Navios recrutam mão-de-obra brasileira
Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
11/05/2008 | 07:12
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Embarcar em navios de cruzeiros vem sendo ao longo dos anos uma opção dentro do mercado de trabalho, principalmente, para jovens que querem adquirir experiência internacional, conhecer lugares do mundo todo e ainda ganhar dinheiro.

E é neste segundo semestre que as agências de recrutamento estão focadas na seleção de novos tripulantes para a chamada temporada brasileira - período (cerca de 90 dias) em que as companhias de navios retornam ao País e oferecem oportunidades de trabalho.

No ano passado vieram para a costa brasileira cerca de 11 navios, este ano a expectativa é de que haja 13. Isso significa pelo menos 3.500 postos de trabalhos, segundo o diretor de seleção da agência M/Brazil (empresa de recrutamento e mão-de-obra especializada em empregos em navios), Marcelo Toledo, de Jundiaí.

"Isso acaba fomentando ainda mais a necessidade por mão-de-obra. Além disso, uma lei, implantada no governo de Fernando Henrique Cardoso, estipula que todo navio que passar mais de 30 dias na costa do Brasil deverá integrar 30% de sua tripulação com mão-de-obra brasileira."

O vínculo empregatício é feito por meio de um contrato com duração entre seis a nove meses, podendo ser renovado, caso o trabalhador apresente bom desempenho. Ainda no documento, é estipulado uma jornada de trabalho de até 14 horas diárias durante toda a semana.

Geralmente, as funções com maior número de vagas são para limpeza geral, camareiras, garçom de bar e restaurante e cozinheiros. A faixa salarial gira a partir de US$ 650 podendo chegar até a US$ 2.500 (para cargos no setor de restaurante), de acordo com Jerusa Pedrosa, diretora geral da Infinity Brazil, empresa de recrutamento, situada em Santos.

"Trabalhar em navio é rentável, afinal, a pessoa não tem despesas com acomodação, alimentação, plano de saúde. É ideal para quem quer fazer um "pé de meia". Esse é um dos principais fatores que explicam o crescimento de 30% na procura por este tipo de trabalho este ano, com relação ao mesmo período de 2007", explica.

No entanto, trabalhar em navio não é tão fácil assim. Além das exigências, o trabalhador fica por diversos meses longe da família. "A pessoa precisa se adaptar a diversidade cultural, às pessoas, além de ter que cumprir longas jornadas de trabalho", frisa a gerente de tripulantes da Work at Sea, de Santos, Eldia Costa Lima. "Por outro lado, essa experiência valoriza muito o currículo, principalmente, no setor de turismo", completa.

REQUISITOS
Segundo as agências consultadas pelo Diário a faixa etária exigida vai dos 18 aos 35 anos. Ter fluência na língua inglesa é requisito básico, e o ideal é que o interessado saiba mais idiomas, além de ter experiência na função desejada.

O nível escolar varia de acordo com o cargo ocupado. Para a maior parte deles é preciso ter o nível médio completo. Já para outros postos é exigido a formação superior (como é o caso dos profissionais de entretenimento, como recreacionistas). As seleções acontecem durante o ano todo.s

Serviço: M/Brazil: (11) 4521-4090; Infinity Brazil: (13) 3224-6202; Work at Sea (13) 3233-9914.


De Diadema para o mundo: viagem é fruto de projeto

Um mês e alguns dias. Esse é o tempo que falta para a professora de inglês Jaqueline Maria Costa de Menezes, 27 anos, residente em Diadema, embarcar em um navio para atuar como recreacionista, pela primeira vez.

Formada em pedagogia, Jaqueline passou pelas principais fases de seleção. "Preenchi a todos os requisitos, desde idade, formação, até a fluência em idiomas - inglês, espanhol, holandês." Preencher esse requisito não foi difícil.

Ela conta que adora estudar idiomas. Exemplo disso é que há dois anos fez sua primeira viagem para a Inglaterra, onde estudou por seis meses. Em seguida, foi para a Holanda, quando permaneceu por oito meses. Nessa ocasião, Jaqueline foi professora auxiliar de uma escola infantil no país. E para finalizar, ficou noventa dias na França, conhecendo Paris.

"A decisão de trabalhar em um navio foi tomada como projeto. Meu objetivo é juntar dinheiro para voltar e fazer meu mestrado e doutorado focado em línguas estrangeiras, afinal, sonho em ser professora universitária. Vou guardar todo o dinheiro, já que não vou ter despesas."

Além dos requisitos, Jaqueline se diz desprendida e tem facilidade para se adaptar às pessoas e diferentes lugares. Esses fatores ajudaram a professora a tomar coragem e ficar afastada da família pelos próximos seis meses.




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