Com holofotes sobre o cinema brasileiro, começa hoje no litoral francês o 61º Festival Internacional de Cannes
Com holofotes sobre o cinema brasileiro, começa hoje no litoral francês o 61º Festival Internacional de Cannes, maior premiação da sétima arte e, conseqüentemente, a mais espalhafatosa entre as européias (Berlim, que consagrou Tropa de Elite em janeiro, e Veneza, a ser realizado em agosto). Adaptada do romance homônimo de José Saramago, Ensaio sobre a Cegueira, co-produção Brasil/Canadá/Japão dirigida por Fernando Meirelles, abre as exibições no Grande Teatro Lumière, às 19h30 (horário de Brasília).
Numa rara exceção, o longa-metragem de abertura, falado em inglês, também concorre ao prêmio máximo, a Palma de Ouro. Linha de Passe, da dupla Walter Salles e Daniela Thomas, também está na mostra competitiva. Outros destaques são Che, de Steven Soderbergh, com Benicio Del Toro no papel do revolucionário argentino e Rodrigo Santoro como Raúl Castro, irmão de Fidel e atual presidente de Cuba, The Changeling, novo de Clint Eastwood e Synecdoche, New York, estréia do roteirista Charlie Kaufman (Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças) à frente das câmeras.
Outro diretor novato a ganhar espaço - na mostra paralela A Certain Regard - é Matheus Nachtergaele, com A Festa da Menina Morta. O documentário O Mistério do Samba, de Carolina Jabor e Lula Buarque de Hollanda, sobre o dia-a-dia de integrantes da Velha Guarda da Portela, ganha exibição na mostra, Cinéma de la Plage, no dia 25, último dia da maratona. Rinha, de Marcelo Galvão e repleto de atores da nova geração, será exibido na mostra Marché du Film.
O ator norte-americano Sean Penn preside o júri, formado ainda pelas atrizes Natalie Portman (EUA), Jeanne Balibar (FRA) e Alexandra Maria Lara (ALE); pelo ator Sergio Castellitto (ITA) e pelos diretores Rachid Bouchareb (FRA), Apichatpong Weerasethakul (TAI), Alfonso Cuaron (MEX) e Marjane Satrapi (FRA).
Este ano Cannes relembra também sua 21ª edição, que terminou antes da hora e sem premiação graças aos protestos que tomavam conta do país naquele maio de 1968. Filmes que não foram exibidos à época, como Peppermint Frappé, do espanhol Carlos Saura e The Long Day's Dying, de Peter Collinson, ganham espaço agora na retrospectiva Cannes Classics.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.