Política Titulo Coordenadora de campanha
‘Dá para governar sem PMDB’, diz Erundina

Deputada do PSB discorda de vice de Marina, que afirmou ser impossível administrar sem a sigla

Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
19/09/2014 | 07:00
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Orlando Filho/DGABC


Coordenadora nacional da campanha da presidenciável do PSB, Marina Silva, a deputada federal Luiza Erundina (PSB) afirmou que é possível governar sem apoio do PMDB no Congresso. A declaração contraria o candidato a vice-presidente da chapa, Beto Albuquerque (PSB), que declarou que “ninguém governa o País” sem ter os peemedebistas como aliados.

“Não concordo com ele (Albuquerque). Governei a cidade de São Paulo com minoria na Câmara e foi o povo que me deu força e condições políticas para governar os quatro anos”, declarou Erundina, em corpo a corpo na tarde de ontem, no Calçadão da Rua Coronel Oliveira Lima, em Santo André, ao lado do candidato a deputado estadual Almir Cicote (PSB).

Apesar do discurso de distanciamento do PMDB, a deputada disse que um possível governo Marina irá buscar governabilidade entre todos os partidos que compõem o Congresso. “O Congresso também (dará governabilidade), mas não ao ponto de nos submetermos à lógica que hoje predomina. Não podemos adotar a regra que condenamos. Quem quiser vir ajudar e apoiar será bem-vindo, mas não dentro da relação promíscua de dependência.”

Erundina reclamou das críticas que a presidente Dilma Rousseff (PT) tem feito às propostas de autonomia ao BC (Banco Central), de redução de crédito e de adaptações na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). “A Marina é a única que tem programa de governo. Eles estão adiando a apresentação do programa de governo porque temem que aconteça o que está acontecendo com a nossa candidata, com distorção das propostas.”

Ex-petista, Erundina afirmou que a conduta do PT é a mesma utilizada por adversários dos petistas nos anos 1980. “Foi aquilo que nós sofremos no PT. Fui vítima durante o governo de São Paulo de ataques perversos, rebaixados e destrutivos para desconstruir nossa imagem e história. É incompreensível, inaceitável que usem as mesmas armas contra nós.”

Berço do PT e do movimento sindical, o Grande ABC ganhou atenção especial dos socialistas. No fim de semana, Walter Feldman, que comanda a campanha de Marina pela Rede (sigla que a presidenciável tenta criar), também esteve na Oliveira Lima. “É nossa origem histórica, nós nascemos da luta sindical, operária, dos movimentos sociais, da construção da CUT (Central Única dos Trabalhadores), da resistência da ditadura. Nós vivemos aqui, somos daqui. Isso não é privilégio só dos petistas de hoje. Muitos de nós somos originários do PT. Portanto não tem essa (de reduto do PT)”, comentou Erundina.




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