O prefeito de São Caetano, Paulo Pinheiro (PMDB), amarrou politicamente o PTB e asfalta o caminho para o segundo mandato. Com a indicação da dupla de vereadores petebistas para defender seu governo na Câmara - Jorge Salgado é o líder e Paulo Bottura, vice -, o peemedebista coloca em situação incômoda a sigla que pretende disputar o comando do Palácio da Cerâmica na eleição de 2016 contra o atual chefe do Executivo.
Presidente municipal do PTB, Altevir Anhê confirmou a pretensão de retorno dos petebistas ao Paço, porém, despistou sobre a saia justa armada pelo prefeito. "O PTB é um partido forte e logicamente terá isso (candidatura a prefeito). Mas, vejo essa indicação com muita satisfação e demonstração de humildade do Paulo Pinheiro." Sobre o fato de o partido ter de combater daqui a quatro anos a administração que defende atualmente, Anhê saiu pela tangente: "A eleição ainda está muito longe, não começamos a discutir nada ainda".
Apesar da amarração política, Pinheiro alegou não ter utilizado critérios partidários para a escolha do líder do governo. "Pelo perfil de experiência e o modo como fazia uso da tribuna, acredito que o Salgado é o nome ideal para defender o governo. Meu compromisso foi com os vereadores e não com o PTB."
O peemedebista também rechaçou a ideia de que a indicação seria um consolo após Salgado ter naufragado na articulação para presidir a Câmara. "Todo mundo tem um ideal. Assim como eu fui candidato a prefeito, ele poderia ser e vencer. Tinha feito o convite a ele (para ser líder) antes da eleição da mesa. Ele disse que no momento não queria porque tinha intenção em ser presidente. Mantive o convite por convicção", explicou.
Salgado, no entanto, resgatou o histórico de Pinheiro no PTB e justificou a indicação por conta da relação de "confiabilidade". "O Paulo construiu sua história como vereador no PTB e foi preterido pelo ex-prefeito (e secretário estadual de Esporte, Lazer e Juventude, José Auricchio Júnior, PTB) da disputa pela sucessão." Vice líder do governo, Bottura exerceu a função durante a gestão de Auricchio.
Pinheiro trocou o PTB pelo PMDB no fim de 2011 para disputar a Prefeitura. Desde então, ele e Auricchio deram início a uma guerra particular que pautou a campanha eleitoral passada, em que a então prefeiturável governista, Regina Maura Zetone (PTB), acabou derrotada. A vitória do peemedebista se tornou emblemática por ter derrubado três decadas ininterruptas de vitórias petebistas.
O tom de disputa foi reforçado com a divulgação de que o ex-prefeito deixou de herança R$ 264,5 milhões em dívidas, número questionado por auricchistas.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.