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A sétima arte no Oswaldo Cruz

Em São Caetano, o glamour dos cinemas antigos está presente na coleção de projetores de película 35 milímetros de Atilio Santarelli

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
16/09/2014 | 07:00
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Andrea Iseki/DGABC


No escurinho do cinema, Atilio Santarelli, 56 anos, encantou-se não só com produções cinematográficas, mas também pelos bastidores responsáveis pela reprodução dos filmes. Em sua casa no bairro Oswaldo Cruz, em São Caetano, ele reservou um cômodo para abrigar 15 projetores, em funcionamento, de película 35 mm (milímetros), que por décadas transmitiram clássicos da sétima arte e emocionaram milhares de espectadores. Outros dez estão na casa de uma tia, em Santo André, mas em breve também integrarão o espaço. Uma urna de ingressos e cartazes originais de filmes como Até o Último Mercenário, estrelado por Carlos Miranda (protagonista da famosa série Vigilante Rodoviário), compõem o ambiente. Miranda, inclusive, é ex-cunhado de Santarelli.

A paixão pelo cinema é herança de família. O avô, que também se chamava Atilio, foi proprietário, em 1921, do primeiro cinema de São Caetano, o Cine Central. O pai e os tios de Santarelli expandiriam, anos depois, os estabelecimentos para Mauá, Santo André, São Bernardo, Ribeirão Pires e São Paulo. Foram nesses cinemas que Santarelli passou sua infância. “De manhã, eu ia para a escola e, à tarde, meu pai me levava ao cinema. Nesse horário não tinha sessão e eu ficava mexendo nos projetores”, lembra.

O amor pelas máquinas o acompanhou na maturidade e até causou problemas. “Quando namorava minha esposa, largava-a na plateia para ver os projetores. Ela ficava muito brava e avisava: ‘Se for para ir ao cinema e você subir na cabine para ver projetor, não vou, vá sozinho’.”

O desejo de colecionar projetores começou na década de 1980, ao trabalhar com telecinagem (processo que reverte a película de cinema em sinal de vídeo). “Conheci algumas pessoas que tinham o equipamento em casa e pensei: por que não posso ter um? Montei um projetor no quintal da casa da minha mãe e projetava os filmes na parede da cozinha. Vinham primos, amigos, todo mundo adorava.”

Como os equipamentos da família haviam sido vendidos, Santarelli engrossou a coleção comprando e ganhando os equipamentos. Entre as relíquias está um projetor de 1949, que pertenceu ao Cine Iporanga, de Santos. Ele transmite filmes a um cinema particular que Santarelli projetou, com direito a telão e cinco poltronas, como manda a tradição.

De 600 títulos de filme em películas, ele se desfez de alguns e ficou só com os que mais gosta. “Tem que ter tempo para cuidar, pois a película estraga, então, diminui a quantidade de filmes. Até porque o que gosto mesmo é a máquina.”

Hoje, a era da tecnologia não atrai o interesse do colecionador. “Os cinemas de antigamente tinham até 4.000 lugares, telas gigantescas. Agora, vou ao cinema no shopping e o que vejo é um salão quadrado, com carpete no chão e na parede, uma tela e mais nada. Evidentemente que a projeção digital é fantástica, mas o glamour de antes, com palco, cortina vermelha, acabou. Sou um privilegiado por ainda ter vivido um pouco da época dos cinemas de rua.”

Bairro tem Núcleo de Hemoterapia

Da Rua Peri, 361, sai diariamente ajuda para centenas de pessoas que estão internadas em hospitais de várias localidades do Estado, entre a vida e a morte. Neste endereço, funciona o Núcleo Regional de Hemoterapia Dr. Aguinaldo Quaresma, no qual cerca de 40 pessoas por dia doam sangue, em um gesto de amor e solidariedade.

O serviço é de responsabilidade da Colsan (Associação Beneficente de Coleta de Sangue), entidade civil sem fins lucrativos. A doação de sangue é simples e leva no máximo 15 minutos. Já a doação de plaquetas requer outro processo. O sangue é retirado da veia do doador e as plaquetas são separadas e extraídas, através de um kit descartável, por uma máquina. “O procedimento leva duas horas e, neste caso, a pessoa precisa ter doado sangue mais de seis vezes na vida”, explica o médico triador Gessner Vidalis Bovolento, 67 anos.

O sangue coletado pelo núcleo é encaminhado no mesmo dia ao Hemocentro Regional São Bernardo para processamento e exames laboratoriais obrigatórios. A liberação para transfusão se dará somente após os resultados dos exames, que saem em prazo de até 48 horas.

A necessidade de ampliar o número de doadores espontâneos é contínua. Ciente disso, o autônoma Túlio Roberto Vasconcelos Júnior, 29, fazia pela segunda vez sua parte para ajudar a quem precisa. “Minha prima teve câncer, precisou várias vezes de sangue e não era fácil encontrar, então, sei o quanto o ato de doar é importante.”

O Núcleo Regional de Hemoterapia funciona de segunda-feira a sábado, das 8h às 12h. Mais informações pelo telefone 4227-1083.

Áreas da Saúde e Educação são destaques no município

No bairro Oswaldo Cruz, dois setores têm equipamentos de referência. Na Saúde, o Centro Cirúrgico de Oftalmologia Neusa Bassetto, instalado no Hospital de Olhos Dr. Jayme Tavares (Avenida Vital Brasil Filho com Rua Peri), conta com aparelhos modernos e de última geração, como retinógrafo, yag laser e ultrassom. No espaço, são realizados exames como biometria, microscopia, campo visual, retinografia, ultrassonografia ocular e fotocoagulação a laser.

Ao todo, 18 médicos compõem a equipe clínica, além de três funcionários no setor de enfermagem e oito na parte administrativa.

Semanalmente são feitos 300 procedimentos cirúrgicos, entre catarata e glaucoma. Por ser municipal, atende apenas moradores da cidade, das 7h30 às 18h, de segunda a sexta-feira.

Já na Educação, a Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Sylvio Romero, que funciona em período integral e atende 375 crianças, conquistou nota 8 no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), uma das maiores avaliações em todo o País.

A Matemática, por exemplo, disciplina que compõe a nota no Ideb, é priorizada. Tanto que alguns projetos, como o de sólidos geométricos, foram premiados em âmbitos estadual e nacional.

O aprendizado de cada aluno é monitorado com o Projeto Simulado. Com isso, os docentes avaliam como anda a assimilação dos conteúdos pelas crianças, tabulando a evolução de suas notas e realizando reforço para quem apresenta dificuldade.

A escola também estimula a leitura, tanto entre os estudantes quanto entre professores e funcionários. A unidade instituiu rodas de leitura, carrinho itinerante de livros e também uma gibiteca disponível aos estudantes na hora do recreio, projeto que foi implantado nas instituições municipais neste ano pela Prefeitura.

A unidade de ensino busca não se ater apenas ao currículo escolar básico, o que colaborou para o êxito. Exemplo disso é que, durante o intervalo no horário do almoço, as crianças podem escolher entre diversas atividades extracurriculares como oficinas de circo, informática, flauta, violão, percussão, coral e dança. 




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