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São Bernardo protesta contra tarifa de ônibus

Manifestantes saem às ruas pela segunda vez contra passagem de R$ 3,30 nos ônibus da região

Por Rafael Ribeiro
do Diário do Grande ABC
27/01/2013 | 07:00
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Menos de um mês após o primeiro encontro, no dia 10, manifestantes voltaram a se reunir na tarde de ontem, no Paço Municipal de São Bernardo, para protestar contra o aumento da passagem de ônibus, que passou para R$ 3,30 em seis cidades da região.

Organizado por partidos políticos, movimentos como o Passe Livre e com apoio maciço de jovens entre 16 e 24 anos, o protesto começou às 15h, durou cerca de 1h30 e contou com a presença de cerca de 70 pessoas. Uma banda garantia a trilha sonora, cantando frases de efeito como ‘se a tarifa não abaixar, a cidade vai parar', além de faixas e panfletos.

"Faz muito tempo que não vemos tantos grupos unidos em uma mesma luta", destacou Marcelo Reina (Psol), candidato à Prefeitura de Santo André derrotado ainda no primeiro turno das eleições no ano passado e um dos organizadores dos protestos que acontecem com regularidade na região. "É positivo ver jovens em uma discussão política como essa. Não vamos parar (as manifestações) até que nossas exigências sejam atendidas", garantiu.

Durante a próxima semana, segundo ele e a liderança do grupo, estão previstos protestos na quarta-feira em Mauá, quinta-feira em São Caetano e sexta-feira em Ribeirão Pires.

Ontem, as manifestações deveriam começar às 14h. A chuva foi apontada como a culpada pelo atraso, assim como a ainda tímida presença de pessoas. Porém, segundo o político, a ideia é fortalecer o sentimento de indignação ao mostrar o aumento no preço da passagem para toda a população que circula no Centro da cidade. "Duvido que alguém seja contra as nossas propostas", disse Reina. "O movimento pode não alcançar o propósito de forma imediata, mas queremos divulgar a causa."

Segundo o ex-prefeiturável socialista, os poderes municipais da região ainda não demonstraram interesse em discutir o assunto. "Os prefeitos estão agindo de forma dissimulada", disse. "Eles alegam que a culpa é das gestões anteriores, mas têm pleno poder de revogar o decreto. O problema é que estão de mãos amarradas com os empresários."

Dados divulgados pelos manifestantes mostram que um trabalhador que ganhe salário mínimo e precise pagar 25 conduções por mês gasta 20% de seus vencimentos com ônibus. A tarifa no Grande ABC é a mais cara do Brasil e, para Reina, o serviço oferecido é péssimo. "As linhas não cobrem toda a cidade, não têm integração e os ônibus apresentam problemas. Transporte deveria ser um direito gratuito, como a saúde."

Santo André faz panfletagem na Oliveira Lima

O Comitê Regional Unificado Contra o Aumento das Passagens de Ônibus no Grande ABC realizou durante a manhã de ontem ato no calçadão da Rua Coronel Oliveira Lima, no Centro de Santo André. Munidos de microfone e megafone, cerca de 20 manifestantes distribuíram panfletos e conversaram com a população sobre o reajuste da tarifa para R$ 3,30, para o qual pedem revogação imediata.

"A ideia é divulgar e conversar com as pessoas, chamá-las para as nossas atividades", explicou uma das organizadoras da ação, Carolina Coltro. Segundo a militante, a população tem aderido ao movimento e se posicionou em defesa do grupo nos eventos em que houve repressão policial, como no ato do dia 12 em Mauá, que acabou em pancadaria. Dessa vez, em Santo André, apenas quatro policiais militares acompanharam a movimentação de uma base comunitária a cerca de 20 metros de distância.

Na quarta-feira, dia 30, às 14h, o comitê promete mais uma manifestação em frente ao Terminal Municipal de Mauá. Na mesma data, os militantes pretendem entregar documento em todas as Prefeituras (exceto em Rio Grande da Serra, onde não teve aumento) para que a reivindicação seja tema da próxima reunião no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, que acontecerá no dia 4 de fevereiro. "Os prefeitos devem discutir também a integração do trem com os ônibus", afirmou o militante José Lima.

Durante a manifestação do dia 19, realizada em Santo André, o prefeito Carlos Grana (PT) aceitou receber uma comissão para conversar sobre as exigências do comitê. O grupo, no entanto, preferiu não enviar representantes para dialogar. "A maioria votou e decidiu que tem de entregar a pauta e fazer a discussão no Consórcio. O aumento foi decidido lá em 26 de dezembro. Não adiantava discutir só com ele (Grana)", disse Lima.

Além da diminuição do valor das passagens, manifestantes defendem serviço de mais qualidade e ampliação da frota. "A população sabe que o transporte é muito ruim. Então, não tem por que aumentar", afirmou Carolina. (Juliana Ravelli)




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