O profissional foi convidado a registrar a operação indígena contra os madeireiros ilegais, que, além de terem sido capturados pelos nativos, tiveram ainda cinco caminhões e três tratores queimados, em 7 de agosto. Os madeireiros, segundo Parracho, foram libertados pelos índios após serem amarrados sem roupa. Os que resistiram à captura, conta, foram agredidos. "Estamos fazendo isso porque vocês (madeireiros) são teimosos. Nós já falamos que não era para vocês voltarem, mas vocês voltaram", diz uma liderança indígena. Um dos índios contou a Parracho, segundo a postagem, que sua tribo havia pedido ajuda ao Exército Brasileiro, no ano passado, na luta contra a exploração de madeira nas terras onde vivem seus familiares.
"Em maio, o Ministério Público Federal relatou uma situação de conflito envolvendo índios kaapor e exploradores ilegais da floresta para a Polícia Federal, o Ibama e a Funai, pedindo a essas agências medidas urgentes em dez dias. Mas nada foi feito. Durante a minha semana de visita à região, eu não vi um único funcionário público ou qualquer infraestrutura no local para proteger a área de madeireiros", escreve o fotógrafo.
Em 1998. índios da mesma etnia, que vivem na reserva no nordeste do Pará, ocuparam a sede da Fundação Nacional do Índio (Funai), em Belém, para cobrar a retirada de madeireiros, comerciantes e invasores de suas terras, além da conclusão da demarcação da área pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. Eles pediam ainda que a Funai liberasse recursos para saúde, educação e saneamento.
Os índios passaram o dia todo com o administrador da Funai no Pará, Frederico Oliveira, reclamando da demora na saída dos invasores e da falta de investimentos da Funai na região. Oliveira disse que o problema da Funai é a escassez de recursos. Já em 2009, mesma terra foi motivo de disputa entre indígenas e garimpeiros. Cerca de 50 agentes da Funai e da Polícia Federal realizaram uma operação para desalojar um grupo de garimpeiros de Turiaçu. A presença dos garimpeiros foi denunciada à Funai pelos índios kaapor, moradores da região. Agentes do Ibama também participaram da operação, com a tarefa de avaliar os danos ambientais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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