Política Titulo Polêmica
Pais consideram
taxa do Sesi injusta

Candidato do PMDB ao Estado, Paulo Skaf
foi quem criou o custo quando presidiu a Fiesp

Por Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
04/09/2014 | 07:00
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Divulgação


A cobrança de taxas a alunos do Sesi é questionada por pais de estudantes da instituição. O custo que pode chegar a R$ 2.300 no ano é considerado injusto, levando em consideração que a entidade é mantida com recursos do Sistema S, que possui benefícios fiscais e verbas diretas do governo federal de custeio.

Candidato ao governo do Estado pelo PMDB e presidente licenciado da Fiesp (Federação da Indústria de São Paulo), Paulo Skaf foi o responsável pela criação da mensalidade, instituída em 2007 – a gestão peemedebista foi de 2004 a maio deste ano.

No discurso de campanha, entretanto ele vende a imagem de que o Sesi oferece educação de qualidade e gratuita. Ao explicar a cobrança, o peemedebista se contradiz. Afirma primeiramente que o recurso é sugerido para quem pode pagar (famílias com renda acima de um salário mínimo, hoje em R$ 724). Discorre que o dinheiro cobre “apenas as refeições”, mas já citou que a taxa ajudou na inauguração de novas escolas e na implementação do ensino em tempo integral.

Com dois filhos matriculados no Sesi Santo André, bairro Santa Terezinha – um no Ensino Fundamental integral e outro no Ensino Médio –, o industriário Paulo Matioli disse considerar a taxa “injusta” e contou que teve de apertar o orçamento da família quando a mensalidade foi instituída. Os gastos dele por ano chegam a quase R$ 2.000 com a instituição.

“A escola é boa, mas de certa forma, a taxa é injusta. Preferia que fosse gratuita porque já damos nossa contribuição (em folha salarial). É um gasto a mais que tem impacto. Tivemos que apertar as contas para manter a Educação dos nossos filhos”, afirmou.

O Sistema S, no qual o Sesi está inserido, também é mantido por descontos diretamente em holerites de trabalhadores da indústria do Estado.

A autônoma Luciana Nogueira, que tem o filho matriculado na instituição como atleta, declarou que a taxa causa confusão. Para ela, o fato de o Sesi ser público, mantido com recursos de trabalhadores e da União, não deveria haver nenhuma cobrança pelos serviços. “Há incoerência. Não da para saber se é (uma entidade) pública ou privada.”

Dona de casa, Giovana Alonso contou que matriculou o filho na unidade de Santo André porque o marido é industriário e acha que a taxa é justa. “Se eu fosse colocar meu filho em uma escola particular seria muito mais caro.”

Contrário à criação da taxa, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques (PT), avaliou que o período eleitoral é oportuno para retomar o debate e tentar garantir que o “filho do trabalhador volte a ter acesso gratuito ao ensino no Sesi”. “Hoje temos falta de mão de obra com a qualificação exigida pelas empresas. O problema poderia ser resolvido aumentando vagas do ensino técnico.”




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