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Professora é agredida por tia de aluno na porta da sala de aula

Traumatizada, vítima revela medo de voltar a lecionar em S.Bernardo sem garantia de proteção

Por Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
02/09/2014 | 07:00
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A recém-formada em Pedagogia Joana Zelnkovas Biamonte, 29 anos, já cogita mudar de profissão. A professora substituta da rede municipal de São Bernardo foi agredida por uma tia de aluno na sexta-feira, na porta da sala de aula em que leciona para crianças da Educação Infantil na Emeb (Escola Municipal de Educação Básica) Vicente de Carvalho, no bairro Pauliceia.

O episódio lamentável ocorreu no horário de saída das 19 crianças com 3 anos do turno da manhã. Segundo a educadora, a tia de uma das alunas, que possui autorização para buscar a garota na escola, teria se descontrolado após verificar que o copo de plástico da estudante havia sumido. “A aluna esqueceu o copo na escola e eu havia deixado separado na sala de aula, mas, como não temos armário para guardar os pertences, acabou sumindo”, lembra Joana.

Inconformada com a situação, a agressora teria iniciado discussão após série de ofensas à professora. “Ela me xingou de vagabunda e partiu para cima de mim e de um pai de aluno que tentou acalmar a situação”, diz a docente. Joana registrou boletim de ocorrência por lesão corporal no 5º DP (Pauliceia).

Além dos hematomas na perna e cortes na boca, o medo de retornar para a sala de aula e a indignação acompanham Joana. “Não posso voltar para a escola sem ter uma medida protetiva. Quem me garante que ela (agressora) não vai me bater novamente?”, questiona.

O Sindiserv (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais e Autárquicos de São Bernardo) lamentou o ocorrido. O presidente da entidade, Giovani Chagas, apontou preocupação com a condição de trabalho dos servidores. “Nosso sindicato vai continuar em sua luta para garantir as condições adequadas de trabalho, exigindo que fatos como o que ocorreu com a nossa companheira sejam exemplarmente apurados e medidas preventivas adotadas pela administração”, diz.

Por meio de nota, a Prefeitura destacou que também lamenta o episódio, que seria inédito e isolado na rede municipal. A administração informou ainda que adotou os procedimentos necessários para resguardar a integridade física da professora.

A equipe do Diário tentou contatar a agressora pelo telefone, mas não obteve retorno.

O cenário de violência nas escolas públicas estaduais é destacado em pesquisa da Apesoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado São Paulo). O levantamento realizado no último ano indica que 44% dos professores e 28% dos alunos já sofreram algum tipo de violência dentro das instituições de ensino no Estado. 




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