Política Titulo Para quitar dívidas
Petistas apoiam
vaquinha a mensaleiros

Políticos da região defendem condenados pelo Supremo
Tribunal Federal no maior escândalo do governo Lula

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
27/12/2012 | 07:26
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Petistas influentes do Grande ABC apoiam a arrecadação de dinheiro para pagar as multas aplicadas aos condenados do Mensalão, seguindo a linha do presidente nacional do PT, Rui Falcão. Os políticos defendem a ‘vaquinha' ao propor ajuda a filiados na quitação da dívida com a Justiça. Punições direcionadas pelo STF (Supremo Tribunal Federal) aos cinco companheiros somam R$ 3,1 milhões, além da prisão do quinteto.

Com status de coordenador regional do PT, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, demonstrou-se adepto à medida articulada por integrantes do alto clero petista, refletida nas declarações de Falcão, indicado ao comando do petismo pelo ex-chefe da Casa Civl José Dirceu (PT). Segundo o chefe do Executivo reeleito, caso a proposta entre em deliberação partidária, será cumprida. "Sou cumpridor de todas as resoluções. Se tiver resolução partidária, estou dentro."

Falcão alegou que inúmeros militantes se dispuseram a quitar as penas pecuniárias, consideradas por ele desproporcionais. Admitiu, inclusive, participar da ‘vaquinha'. O partido ratificou que não concorda com o resultado do julgamento e que a decisão foi mais política do que técnica, avaliando ser parcial ao mencionar que parte do STF definiu pelas condenações mesmo não havendo provas no processo.

Companheiro de bancada de condenados, o deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT-São Bernardo) sustentou que vê como "normal a postura" de contribuir na arrecadação. Para o parlamentar, a ajuda será necessária pelo alto valor da pena. "É momento de solidariedade. Todos os filiados deveriam seguir essa orientação da direção."

Braço-direito do prefeito eleito de Santo André, Carlos Grana (PT), o presidente do PT andreense, Luiz Turco, adotou o mesmo discurso, considerando "apropriada" a proposta. "Não acho má ideia. Pelo contrário. Poderíamos colaborar, dependendo das sugestões apontadas, e entrar nessa discussão."

A Suprema Corte entendeu que parte do dinheiro desviado foi aplicada no esquema de compra de voto no Congresso pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No núcleo político, a condenação saiu, entre outros, para os petistas Dirceu (R$ 676 mil); o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares (R$ 325 mil); o ex-presidente da legenda José Genoino (R$ 468 mil); e o deputado João Paulo Cunha (R$ 370 mil). Outro petista, o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, foi punido em R$ 1,3 milhão.

Somente o prefeito eleito de Mauá, Donisete Braga (PT), tomou postura mais ponderada ao dizer que não tem "clareza com relação ao debate", esquivando-se da questão. "Quando o partido pautar esse tema concretamente posso me posicionar. Agora estou mais preocupado com a composição do governo."

 

 




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