A entidade tem monitorado a participação dos atletas nacionais em todas as competições de alto nível. A dois anos do início da Olimpíada do Rio, o COB garante estar acompanhando um grupo de 196 atletas de modalidades individuais, além das equipes de esportes coletivos. O Brasil tem 300 vagas garantidas para os Jogos, mas poderá contar com até 400 competidores. Por ora o País não deve garantir a participação da equipe de hóquei sobre grama feminino, já que o esporte tem participação incipiente por aqui.
No ano passado, o Brasil conquistou 27 medalhas em Campeonatos Mundiais, a melhor marca em um ano pós-olímpico. O número manteve a confiança do COB de que o Brasil poderá, pela primeira vez, aparecer entre os 10 melhores países de uma edição olímpica. Para isso, estimam que a delegação precisará, pelo menos, repetir essa quantidade de pódios. Em Londres/2012, o Brasil conquistou 17 medalhas.
"A meta do COB é ficar entre os 10 primeiros países no quadro total de medalhas. É uma meta ousada, porém factível, dentro da realidade que podemos atingir. Para isso estamos trabalhando intensamente com as Confederações para proporcionar aos atletas e equipes todas as condições de preparação e treinamento", garantiu o presidente Carlos Arthur Nuzman.
Esportes que não contribuíram na última campanha estão, assim, "intimados" a melhorar a sua participação.
Zerado em Londres, o atletismo diz que o COB espera que a modalidade contribua com "duas ou três medalhas" no Rio, segundo Antônio Carlos Gomes, superintendente de alto rendimento da Confederação Brasileira (CBAt). Vôlei, judô, vela, natação e futebol são algumas modalidades em que o Brasil têm garantido, nas últimas edições, um lugar no pódio.
NOVA GERAÇÃO - O COB também conta com uma boa participação da equipe que disputará os Jogos Olímpicos da Juventude, em Nanquim (China). A delegação embarcou para o período de aclimatação no Japão e em Macau na madrugada desta segunda. A segunda edição do torneio que reúne atletas entre 15 e 18 anos é responsável por colocar em nível competitivo "novos" olímpicos. E o COB já espera ter muitos deles em 2016.
Entre os 97 atletas que competem entre os dias 16 e 28, estão nomes como o nadador Matheus Santana, recordista mundial júnior dos 100 metros livre. A ginástica artística terá Flávia Saraiva, uma das apostas da modalidade para 2016. E o vôlei de praia terá a dupla Arthur e George, que no último domingo conquistou o título mundial sub-19.
PRESSÃO - A Copa do Mundo mostrou que, no âmbito esportivo, o país anfitrião de um grande evento não colhe apenas benefícios, como o apoio dos torcedores. A pressão exercida sobre os atletas da casa e a maneira de lidar com ela são fatores que serão contemplados na preparação psicológica brasileira.
Marcus Vinícius Freire, superintendente executivo de Esportes do COB, salienta que o Brasil terá facilidades para colocar os psicólogos em contato com os atletas - 14 ou 15 deverão trabalhar nos Jogos. Esses profissionais não vão depender de credenciais para não-atletas, cujo número é limitado, o que restringia o alcance do apoio psicológico em edições anteriores dos Jogos Olímpicos.
Alguns atletas brasileiros, mesmo os mais calejados em grandes competições, já se preocupam com a atmosfera que irão encontrar durante os Jogos. É o caso de Arthur Zanetti, campeão olímpico nas argolas na Olimpíada de Londres. Na opinião do ginasta, a participação prévia em competições de alto nível em casa pode contribuir para uma adaptação mais rápida. "Muitos atletas brasileiros não estão habituados a competir em casa. Esse é um fator que acaba interferindo bastante. Isso me deixa um pouco ansioso. A Confederação Brasileira de Ginástica vai tentar trazer etapas da Copa do Mundo para o Brasil e acho que isso pode nos ajudar a nos acostumar com a pressão".
Fabiana Murer, que teve a experiência de disputar - e vencer - o Pan de 2007, no Rio, destaca que a torcida a ajudou. "Existia a minha vontade de querer vencer e eu estava bem nervosa. A torcida me ajudou muito, e eu estava bem preparada".
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