Política Titulo Comissão de ética
Tucanos de Sto.André preparam
a expulsão de Marcelo Chehade

PSDB não atingiu votos para conquistar lugar no Legislativo,
mas a eventual queda dos peemedebistas beneficiaria tucano

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
23/12/2012 | 07:03
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Com o possível ingresso do vereador de Santo André Marcelo Chehade (PSDB) para a legislatura 2013-2016, o diretório tucano local está prestes a registrar ação na comissão de ética contra o parlamentar. Integrantes do partido ameaçam impetrar medida para requerer a expulsão de Chehade por supostamente ter feito campanha para o então candidato a prefeito petista Carlos Grana no segundo turno, saindo da linha adotada pela legenda, que apoiou Aidan Ravin (PTB), derrotado.

Nos bastidores, filiados adeptos à saída de Chehade aguardam somente o "momento oportuno" para entrar com o pedido de abertura da comissão para análise da acusação. O PSDB não alcançou votação suficiente para conquistar uma cadeira no Legislativo. Porém, a eventual queda dos vereadores peemedebistas Sargento Juliano e José de Araújo beneficiaria o tucano. O cartório eleitoral, inclusive, solicitou a documentação de Chehade - a Justiça não diplomou a dupla do PMDB, estabelecendo prazo de 30 dias para o julgamento do caso.

O presidente do tucanato municipal, Ricardo Torres, afirmou que a executiva não vai se pronunciar em cima de especulações. Segundo ele, a sigla apenas pode se posicionar a respeito de medidas materializadas. "No partido ainda não chegou nada oficial. Por enquanto, só boatos. Falo se houver algo concreto." A apreciação do conselho interno não é automática. Necessita ser provocada por algum militante. Embora exista forte interesse de tucanos na ação, há receio de desgaste entre as partes.

Com o revés no primeiro turno - Torres era vice na chapa de Raimundo Salles (PDT) -, o PSDB aderiu à campanha de reeleição de Aidan, apostando numa frente antiPT, sem sucesso. Chehade é acusado de participar de forma velada da empreitada petista na etapa final do processo eleitoral. O vereador nega as insinuações ao sustentar que fez campanha pelo voto nulo no segundo turno em represália ao petebista. "Somente fui contrário ao apoio porque ele (Aidan) não cumpriu com acordos firmados comigo."

Chehade culpa a direção do partido pelo fraco desempenho na eleição, apontando que não deu suporte aos candidatos à vereança, o que ocasionou no pior cenário da história, sem ao mínimo ter representação legislativa. O tucano obteve 3.886 votos, mas não renovou o mandato. Atualmente, faz lobby à executiva estadual pela destituição do diretório municipal e articula disputar a presidência, em eleição marcada para 24 de março.

Caso Chehade perca a queda de braço, o vereador Marcos da Farmácia (PSDB), como eventual primeiro suplente, entraria na briga. Ele possui maior proximidade política com a executiva. Mesmo com o desastre no pleito, saiu em defesa da postura do diretório, que ainda corre risco de intervenção. Por outro lado, a tarefa é ainda mais complicada. Seria preciso ação na Justiça para tentar ficar com a cadeira.




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