Problema se arrasta desde setembro, quando base pegou
fogo; serviço foi instalado em sala do Corpo de Bombeiros
Às vésperas das chuvas de verão, que habitualmente causam grandes transtornos, a Defesa Civil de São Caetano trabalha sem sede fixa e em esquema improvisado. O problema se arrasta desde setembro, quando sua base principal, na Avenida Presidente Kennedy, no bairro Olímpico, foi destruída por incêndio. E continuará até janeiro, quando o prefeito eleito Paulo Pinheiro (PMDB) e o secretário municipal de Segurança Pública, coronel José Quesada, tomarem posse.
Na ocasião, medicamentos, alimentos, materiais de limpeza, ferramentas, itens de papelaria e veículos do serviço foram destruídos pelas chamas. Desde então os seis funcionários da Defesa e seus voluntários ganharam sala na sede dos Bombeiros, no bairro Barcelona, considerada insuficiente.
"É triste", disse um dos voluntários ouvidos pelo Diário. "Estamos desalojados, sem apoio e estrutura para fazer um bom trabalho. Se algo acontecer, não atenderemos da forma como deveríamos", completou.
Os veículos usados para atender às ocorrências estão estacionados na oficina mecânica municipal, em parte do terreno da Secretaria de Serviços Urbanos que não foi atingida pelo fogo. Lá também estão os contêineres usados pelos funcionários para guardar computadores, documentos e ferramentas de trabalho, que não cabem na sala emprestada pelos Bombeiros.
Em caso de emergência, os servidores da Defesa Civil precisam ir até lá, colocar o uniforme e pegar as ferramentas necessárias para desempenharem suas funções.
"Trabalhamos mais pela motivação do que outra coisa. Não ganhamos hora extra e atendemos até de madrugada. A sala nos Bombeiros foi uma briga nossa. E a dificuldade para desempenharmos nossas obrigações é grande", apontou outro voluntário do órgão.
Funcionários da mecânica que continua no local reclamam das péssimas condições de trabalho. Desde o incêndio, haveria apenas um banheiro, segundo eles, além de outros problemas.
A Prefeitura já iniciou a demolição da estrutura comprometida pelo incêndio. Em nota, o poder municipal diz que os equipamentos perdidos já foram repostos. Mas que o futuro do terreno e a nova sede da Defesa Civil serão responsabilidade da próxima gestão.
Futuro secretário diz que nova sede já foi escolhida
Futuro secretário municipal da Segurança Pública, o coronel José Quesada informou ontem que já escolheu junto com representantes da Defesa Civil uma nova sede do órgão, no bairro Mauá, em área mais centralizada.
Quesada também antecipou que haverá três novos núcleos do serviço, nos bairros Fundação, São José e Prosperidade, geralmente os mais atingidos pelas enchentes. A ideia é deixar equipe de prontidão nesses locais para atuação.
Para isso, o efetivo será duplicado, o investimento aumentado e o diálogo com os bombeiros, reforçado.
"A gente vê que o pessoal tem muito boa vontade, mas não recebe a devida valorização", disse. "A Defesa Civil merece e vai receber bem mais recursos."
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