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Grandalhão, mas sustentável

Capacidade para carregar até 60 toneladas e um (verde) motor Euro 5 de 13 litros e 400 cv, conheça o Iveco Stralis

Vagner Aquino
Do Diário do Grande ABC
19/12/2012 | 07:00
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Você é daqueles que criticam os caminhões? Que acha que eles servem apenas para atrapalhar o trânsito, fazer barulho e poluir o ar? Então está na hora de rever os seus conceitos. Foi-se o tempo em que esse tipo de veículo era estereotipado como uma espécie de trambolho lambuzado de graxa e que enfiava fumaça garganta abaixo dos ocupantes do carro que passasse ao lado.

Sim. Eles continuam grandes. E ponto! De resto, tudo mudou. Para mostrar isso de perto (e na prática), o Diário foi até uma concessionária da Iveco em São Bernardo para conhecer os principais detalhes do extrapesado Stralis 6x2, com motor 13 litros e 400 cv. Lançada em agosto, a nova geração EcoLine tem outras quatro opções de potência: 330 cv e 360 cv (nove litros), além das variantes de 440 cv e 480 cv, para o 13 litros.

PREÇO

Antes de tudo, vamos falar de valores. Segundo a marca, a faixa de preço é variável, pois tudo depende da configuração que o cliente deseja e, claro, da região onde for feita a compra. Mas o modelo que você encontra nesta página pode chegar a R$ 338 mil. Achou caro? Mesmo assim (contando toda a família), 2.696 unidades já foram emplacadas neste ano, sendo 1.511 unidades de veículos Euro 3 e 1.185 unidades de Euro 5.

MOTORIZAÇÃO

Confuso? Uma breve explanação. Com as novas regulamentações governamentais - que obrigaram as fabricantes a atender as normas do Proconve P7 (baseado nos índices de emissões do Euro 5) desde o dia 1º de janeiro -, a Iveco se viu obrigada a mudar a estratégia e trouxe nova motorização para o Stralis. Até então, comercializado com propulsor Euro 3 - unidades disponíveis somente até 30 de março.

No entanto, o apelo verde não poderia deixar a potência de lado. Aqui são 411 cv (a 1.900 rpm) e 193,7 mkgf de torque (entre 1.000 e 14 mil rotações). A velocidade máxima vai aos 120 km/h.

TEST-DRIVE

Abastecido com o diesel S-50 - exigido para os novos motores - e com o tanque de Arla 32 (líquido lançado na descarga para diminuir a poluição) no limite da capacidade, de 55 litros, lá vai o Diário rumo ao Litoral Sul de São Paulo.

Após subir os três degraus que precisam ser vencidos para ter acesso à cabine, o Stralis apresenta um salão pintado de cinza e preto, onde, apesar de abusar do plástico tanto no painel quanto nas portas, tudo é completamente diferente de qualquer carro de passeio, desde o volante (cuja regulagem de altura e profundidade são feitas através de um pisão num botão no assoalho), até a altura dentro da cabine, onde uma pessoa de estatura mediana fica em pé tranquilamente, seja na frente do banco ou no vão central que separa os assentos do passageiro e motorista - este, pneumático e com ajuste lombar.

Mas, antes de sair, hora de engatar a caçamba ao cavalo mecânico. A capacidade máxima é de 60 toneladas, mas ficamos apenas com 23 mil quilos extras.

Chave virada na ignição, câmbio (automatizado de 16 marchas com overdrive) engatado na posição D - de Drive - e freios liberados. Nessa hora, mesmo no banco do carona, é impossível não se contagiar com o ronco do motor turbo, feito pela FPT industrial.

Com o pé no acelerador, nosso Top Driver inicia a viagem até Santos. O uso do freio motor - TurboBrake (NR), que atua no cabeçote, com 415 cv, podendo chegar a 978 cv com o opcional Intarder - foi utlilizado constantemente durante o trajeto.

Mesmo com esse auxílio, em alguns momentos é preciso conter a fúria do bichão. Para isso, basta um toque no pedal para que os freios antitravamento (de série) entrem em ação. O ajustador de folga automático e o sensor de desgaste das lonas em todos os eixos fazem parte do pacote.

Na cabine, conforto e tecnologia

Além do ar-condicionado, do climatizador (que funciona com o veículo desligado), do rádio, do computador de bordo, do controlador e limitador de velocidade, o modelo tem vários botões espalhados pela cabine para comandar as mais diversas funções, como a transferência de carga para eixo de apoio e o modo Eco, que economiza combustível por meio das trocas de marcha no momento certo e limita a velocidade a 100 km/h - nossa média foi de 2,8 km/l durante os 124 quilômetros de percurso.

Há ainda alguns mimos, como desembaçador dos retrovisores externos, por exemplo - tecnologia presente em carros de luxo no Brasil.

Vale dizer que isso é inovador, mas há uma ressalva... A marca é a única que utiliza óleo no cubo de roda ao invés de optar pela graxa, que "pode virar um chiclete com o tempo", conforme explicam os técnicos da Iveco.




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