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Fábrica argentina; mercado brasileiro

Entre 60% e 70% das Mercedes-Benz Sprinter produzidas pelos hermanos têm como destino final o Brasil

Marcelo Monegato
Enviado a Buenos Aires
19/12/2012 | 07:00
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Em 1951, a Mercedes-Benz chegava a Virrey del Pino, província de Buenos Aires, capital da Argentina, para construir sua primeira fábrica fora da Alemanha. Hoje, exatos 61 anos depois e com mais de 500 mil veículos produzidos, a planta continua firme e forte, agora montando vans e furgões Sprinter, os mesmos que são comercializados no Brasil.

A convite da fabricante, o Diário visitou o Centro Industrial Juan Manuel Fangio, homenagem ao falecido piloto argentino pentacampeão mundial de Fórmula 1. De acordo com Roland Zey, presidente da Mercedes-Benz da Argentina, são produzidos 17 mil Sprinters ao ano, em dois turnos diários - são 74 unidades por dia, uma a cada 12 minutos. No entanto, investimento de US$ 170 milhões até 2015, anunciado pelo CEO da marca, Dieter Zetsche, elevará a produção anual para 34 mil veículos - neste montante está o início da montagem do substituto do Vito, furgão com capacidade para 1,1 tonelada e que deve ser exportado para o Brasil. Também serão criados 850 postos de trabalho.

Segundo Zey, 60% da produção da Sprinter argentina - utilitário também fabricado na Alemanha, China e, futuramente, na Rússia - têm como destino final o Brasil. "Dependemos muito do mercado brasileiro", admite o executivo. O modelo, no entanto, também é exportado para outros países da América Latina (20%) - 20% fica na Argentina.

LINHA DE MONTAGEM

Durante caminhada pela fábrica, observamos forte presença dos colaboradores na linha de montagem da Sprinter - classificada como o "coração da fábrica". São 11 robôs e aproximadamente 1.440 pessoas, isto significa que 95% do processo de fabricação da Sprinter é manual. Uma curiosidade é a baixa quantidade de mulheres, 20 apenas - as primeiras aparecem após motor e câmbio serem acoplados à carroceria.

Respeitando as normas do Mercosul, 60% dos componentes da Sprinter são de fornecedores instalados em países integrantes do bloco econômico. O Brasil, por exemplo, é responsável por 70 peças - entre elas do eixo traseiro e alguns componentes do motor, este importado da Alemanha.

Um detalhe interessante da planta argentina é um grande espaço vazio, onde, anteriormente, ficava parte do maquinário utilizado para a produção da versão anterior da Sprinter. Todo o equipamento foi retirado e levado para a Rússia, onde a Sprinter será produzida.

ESCRITÓRIO

O escritório principal da Mercedes-Benz da Argentina fica em um bairro nobre de Buenos Aires. Na praça em frente tem uma estátua de Juan Manuel Fangio. Já as salas têm os nomes de autódromos de todo o mundo onde a lenda das pistas brilhou, como a sala Spa-Francorchamps, onde Zey recebeu a comitiva de jornalistas brasileiros.

Brasil revela futuro promissor

Entraves comerciais entre Brasil e Argentina, greve dos oficiais da Receita Federal brasileira e procura maior que a produção impediram que o mercado de vans e furgões do Brasil superasse a barreira das 45 mil unidades emplacadas, estacionando nas 42 mil (previsão). Porém, para os próximos anos, as expectativas são otimistas, especialmente com a aproximação da Copa do Mundo (2014) e da Olimpíada no Rio de Janeiro (2016).

A projeção para 2012, segundo Adriana Taqueti, gerente sênior de vendas de vans no Brasil, é que sejam emplacadas 7.000 unidades do utilitário da Mercedes-Benz. Para 2013, com a Copa das Confederações, este número deve saltar para 11,7 mil - dentro de um mercado de 47,3 mil.

Ela revela ainda que o segmento de large vans - até 3,5 toneladas - tem passado por modificações. Atualmente, 35% das Sprinters vendidas no Brasil são furgões, 35% vans de passageiros e 30% chassi-cabine. Há dois anos, este cenário apontava para 60% vans e 40% furgões.

NOVIDADES

Para reconquistar participação de mercado, que em 2006 era de 34% e hoje não supera os 16%, a Mercedes promete atacar. A primeira medida é a importação de quatro novas versões da Sprinter: duas para passageiros (17+1 e 20+1); uma envidraçada (passageiros também); e outra de uso misto (seis passageiros + 8 m³ de capacidade de carga). Em 2015 deve chegar o furgão Vito (1,1 tonelada), apto para explorar mercado potencial de até 70 mil unidades.

A Mercedes tem 200 pontos de vendas, 32 centros especializados e seis van-centers.




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