Cada um ao seu modo, os quatro ídolos da torcida têm motivos de sobra para comemorar o título internacional. Mas possivelmente ninguém esteja mais feliz do que Lucas. O garoto, que parece um veterano no alto dos seus 20 anos, completou dois anos de profissional em 8 de agosto. Naquele mesmo dia o São Paulo anunciava a venda do meia-atacante ao Paris Saint-Germain, da França, por incríveis 43 milhões de euros (atuais R$ 115 milhões).
Vendido, Lucas não tirou o pé. Pelo contrário, pareceu se dedicar ainda mais para realizar o sonho de deixar o clube com o título da Sul-Americana. E tamanho esforço foi recompensado nesta quarta, levando o jogador mais uma vez às lágrimas. Agora ele segue rumo a Paris, mas já deixa o torcedor na contagem regressiva pela volta. E, conforme queria, uma foto posada com o time campeão pendurada no CT do clube.
Outro que nunca havia gritado "campeão" com o São Paulo era Luis Fabiano. O atacante, sétimo maior artilheiro da história do clube com 156 gols, carregava consigo a sina das vacas magras. Jogou no clube de 2001 a 2004 e saiu após a Libertadores daquele ano, quando o time foi eliminado nas semifinais. Quando a equipe engatou uma série de títulos, ele estava longe.
Voltou em 2011, consagrado como grande ídolo da torcida. Mas novamente mostrou não ser um cara de decisões. Estava suspenso na eliminação no Paulistão deste ano por conta de um cartão amarelo bobo e sumiu na semifinal da Copa do Brasil. Da decisão da Sul-Americana participou por 13 minutos, até ser expulso em Buenos Aires. Mesmo afastado nos momentos decisivos, colocou seu nome na história como campeão. A sina não existe mais.
Muito diferente da história de Rogério Ceni. Há mais de duas décadas no clube, o capitão do time passou por momentos de alta e de baixa da equipe e estava sem ganhar nada desde 2008. Com o título da Sul-Americana, encerra o jejum e reafirma que segue jogando em alto nível. Às vésperas de completar 40 anos, superou uma lesão no ombro que o afastou dos gramados no primeiro semestre inteiro, assinou novo contrato, adiando a aposentadoria, e ganhou fôlego para se retirar do futebol jogando - e quem sabe conquistando - a Libertadores de 2013.
Enquanto os ídolos se firmam, Paulo Henrique Ganso busca seu lugar. O meia, que estava em baixa no Santos, chegou ao São Paulo com status de craque, lotando o Morumbi para sua apresentação e, depois, para a estreia. Apesar da participação discreta no título da Sul-Americana, mostrou que é pé-quente, conquistando seu sétimo título em três temporadas. Agora, é a esperança para substituir Lucas no coração do torcedor e liderar o time em busca de voos mais altos nos próximos anos.
Mas não é apenas para os quatro jogadores que a taça é importante. Outros tantos já haviam alertado da necessidade de uma conquista para o currículo. Rhodolfo dizia que não ia embora sem ser campeão. Wellington reclamava não ter nenhum pôster com a foto dele no CT. Denilson foi aos prantos no meio do ano, quando chegou ao fim seu contrato de empréstimo, porque ia embora do São Paulo sem ser campeão. Teve o acordo renovado e agora, se precisar voltar para o Arsenal, já o fará mais tranquilo.
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