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Marinho articula aliança do PT com Maranhão

Prefeito de S.Bernardo manobra para que sigla ingresse na base de sustentação se tucano de Rio Grande migrar ao PSD

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
27/07/2014 | 07:35
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Marina Brandão/DGABC


Interlocutor petista no Grande ABC, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), articula nos bastidores possível aliança do PT com o chefe do Executivo de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (PSDB). A manobra política tem como alvo que o petismo, hoje considerado oposição do município vizinho, ingresse na base de sustentação caso o tucano migre para legenda aliada ao PT no âmbito nacional, como, por exemplo, o PSD.

Notório é que Maranhão teve aproximação com o PT, principalmente após declarar publicamente que daria apoio e voto à candidatura de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) no pleito de outubro. Na ocasião, o tucano mencionou, inclusive, que tinha coração e alma vermelhos. Diante da pressão recebida por correligionários, o prefeito de Rio Grande não descartou eventual saída do PSDB, que acionou pedido de expulsão partidária, fato que pode pavimentar a sua migração ao PSD, em diálogo também com Marinho.

O tucano afirma, nos corredores, que considera o prefeito de São Bernardo como “padrinho político”, rasgando elogios ao trabalho do colega no comando do Consórcio Intermunicipal. Frente a esse cenário de proximidade, a proposta de acordo político na esfera local, se efetivada, tenderia a construir caminho facilitado para Maranhão na campanha eleitoral de 2016. Mesmo que o PT lance candidatura própria, outras instâncias da sigla não travariam embate na cidade.

Presidente do diretório petista em Rio Grande, Erick de Paula disse que desconhece qualquer tipo de conversa de Marinho neste sentido. “A partir do momento que não falou comigo não tenho conhecimento”, frisa o dirigente. “Mas não acredito que tenha possibilidade desse diálogo. Seria desconstruir todo o discurso que fizemos na eleição de 2012”, alega ele, em referência à chapa derrotada do PT, encabeçada por Claudinho da Geladeira, hoje coordenador do partido no Grande ABC.

À ocasião, chamado de xodó do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Claudinho conquistou 9.454 votos, ficando em segundo lugar nas urnas. Curiosamente, o algoz no páreo, Maranhão, que obteve 15.469 sufrágios, virou peça estimada à alta cúpula do PT. Erick sustenta que a legenda possui “vida própria” na cidade, enfatizando que a sigla conquistou três cadeiras na Câmara e votação considerável no pleito. “Não precisamos de muletas para caminhar”, sugere.

Maranhão argumenta que ainda não foi notificado oficialmente pelo diretório estadual do PSDB sobre pedido de expulsão. Segundo ele, a pressão até agora ocorre só na mídia. “Não recebi nada, nenhum telefonema sequer me fazendo qualquer questionamento”, desconversou. Na oportunidade, Marinho defendeu o colega ao avaliar que as lideranças do tucanato “extrapolaram na reação contra o prefeito”.

Candidato a vice-presidente na chapa de Aécio Neves (PSDB), o senador tucano Aloysio Nunes cita que entende Maranhão por declarar adesão à Dilma. “Ele está sendo submetido a chantagem (a dar apoio político)”, disse o tucano, em referência à pressão de Marinho por voto em Dilma, insinuando que ficariam travadas verbas do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) caso a reeleição não se confirme. 




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