Quem mora na Rua Antonia de Oliveira, no Jardim Maria Eneida, em Mauá, sabe como é difícil chegar na Estrada do Carneiro. Isso porque o escadão que liga as ruas, construído há mais de 20 anos, nunca teve manutenção. "Ele foi feito por pressão dos moradores e depois ficou esquecido", explica o serralheiro Cristóvão Nogueira do Nascimento, 59 anos.
Por não ter corrimão e iluminação à noite, o escadão representa perigo para quem o utiliza. Por outro lado, é o acesso mais rápido a escolas, hospitais e mercados da região. "Já caiu gente aqui. Uma senhora quebrou a bacia e ainda está de cama por causa da queda", diz a desempregada Sueli Maria da Silva, 36.
Cristóvão lembra que, desde 2005, os moradores pedem à Prefeitura para que a passagem seja consertada. As tentativas vão desde contato pessoal até abaixo-assinado. "Esse é o terceiro que fazemos e está com mais de 300 assinaturas."
Segundo os vizinhos, na última tentativa de resolver o problema, em novembro, a administração municipal sugeriu que forneceria o material de construção necessário para a manutenção, que ficaria a cargo dos moradores. "Disseram para fazer mutirão, mas todos os homens da rua trabalham fora o dia todo. Como vamos fazer isso?", questiona a funcionária pública Maria Auxiliadora Ferreira da Silva, 56.
A dona de casa Sandra Lucia de Oliveira, 40, expõe a indignação dos moradores com a situação. "A gente paga as contas e a Prefeitura não tem a menor consideração. Temos que brigar por tudo sempre."
A administração municipal informa que uma equipe fará vistoria no local, analisará as condições do espaço para, assim, inclui-lo em projetos futuros de intervenção.
Concreto é encontrado em tubulação e entope esgoto
Morador da Vila Pires, em Santo André, há 20 anos, Sullivan Pella, 45 anos, dono de mecânica de automóveis na Rua Bororós, diz nunca ter tido problemas com o esgoto de seu imóvel. Porém, há dois meses, quando construção de prédio residencial foi iniciada na via, a tubulação começou a entupir toda vez que chove.
Sullivan ouviu do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), que aquele era um problema interno. "Quebrei o chão da casa inteira procurando a bomba de esgoto."
Por não encontrar nada de irregular, o mecânico contatou a autarquia novamente e, quando técnicos foram ao local, encontraram concreto na tubulação. "O único lugar de onde pode ter vindo é da obra aqui do lado", diz Eliane Cristina Lobato, 40, esposa de Sullivan, a respeito dos prédios erguidos pela MZM Construtora. O concreto foi removido, mas o entupimento persiste.
A empresa responsável pela obra afirma que equipe técnica esteve no local e identificou problemas apenas no imóvel de Sullivan. O Semasa, por sua vez, informou que a rede de esgoto foi desobstruída e não há evidências de mais concreto na tubulação, mas que há necessidade de inspeção nas instalações hidráulicas do imóvel para detectar porque o problema continua.
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