MP investiga rombo de R$ 4,5 milhões na Saúde de Ribeirão;
exoneração de Renata Lin ocorreu a seu pedido em setembro
A médica anestesista Renata Lin pediu exoneração da Prefeitura de Ribeirão Pires. A ex-servidora municipal foi o centro de um suposto esquema que teria causado rombo de R$ 4,5 milhões na Saúde. O caso é investigado pelo Ministério Público.
A exoneração ocorreu a pedido da médica em 4 de setembro, mas a portaria 22.472 foi publicada somente no dia 7 daquele mês, feriado em comemoração ao Dia da Independência. Renata estava licenciada do cargo por motivos pessoais desde 2011. O afastamento sem remuneração foi renovado no ano passado por mais um ano.
A funcionária pública deveria voltar a atuar no Hospital e Maternidade São Lucas em setembro. A lei não permite uma terceira licença, portanto, Renata teria de voltar ao trabalho durante 12 meses para ter o direito de solicitar novamente um novo afastamento.
A licença foi renovada um mês antes de o Instituto Illuminatus assumir a gerência do sistema municipal de Saúde, em outubro de 2011, por R$ 24,7 milhões. O presidente da entidade, Alfredo Antônio Del Nero Júnior, o Fred, acusou a médica e Maurício Gonçalves Fonseca, sócio de Renata na MRF Médicos Associados, de encabeçar suposto esquema de desvio de dinheiro público na administração.
O caso foi revelado com exclusividade pelo Diário em maio. Renata era o principal elo da possível atividade irregular e trabalhava nas três pontas do processo: além de servidora municipal, era diretora clínica do Hospital São Lucas, atuou como procuradora do Illuminatus com plenos poderes para mexer na conta bancária da entidade, brecha pela qual subcontratou empresas de sua propriedade para prestar serviço.
Fred alegou, na época, que foi obrigado a assinar a procuração para Renata comandar as finanças do instituto. O empresário reiterou que o prefeito Clóvis Volpi (PV) chegou a ameaçá-lo para que ele assinasse a autorização para a médica. O verde negou participação no caso e entrou com Ação Civil Pública pedindo ressarcimento dos R$ 4,5 milhões supostamente desviados. Segundo auditoria feita pela Prefeitura, o montante não possui comprovação e nota fiscal. O caso ainda espera a primeira sessão de julgamento.
ATUAÇÃO - Renata tornou-se diretora Clínica do Hospital e Maternidade São Lucas em 2005, quando a Cemed assumiu o sistema de Saúde em Ribeirão. A entidade pertence a Maurício Gonçalves Fonseca.
A MRF Médicos Associados está registrada num prédio comercial na Rua Stella Bruna Cecchi Nardelli. No local, funciona a Essenciale Clínica Médica e Estética, empresa que também é da anestesista.
Cemed e MRF também prestaram serviço em Rio Grande da Serra entre 2005 e 2007. Os contratos estão sendo investigados pelo Ministério público.
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