Política Titulo Experiência nova
PT abre governo a aliados pela 1º vez
Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
03/12/2012 | 07:00
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Mesmo partindo para o quinto mandato à frente do Paço de Santo André, o PT enfrentará experiência nova diante da promessa do prefeito eleito Carlos Grana (PT) de abrir o governo para alocar aliados de outros partidos. Essa é a primeira vez que a legenda entra no poder com a iniciativa de formar coalizão, semelhante à firmada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas duas gestões no Palácio do Planalto.

O ingresso de Lula ao cargo máximo do País flexibilizou o petismo. Outra situação não vivenciada pela sigla no reduto andreense é comandar a administração com chapa mista - o deputado estadual compôs a dobrada com Oswana Fameli (PRP). Nas outras quatro ocasiões, o PT fechou a eleição com chapa pura, o que externava o interesse em governar sem a contribuição de agremiações que, por ventura, dessem apoio no pleito ou à gestão.

Anteriormente, os petistas constituíam acordos pontuais com políticos, que em certas oportunidades eram aconselhados até a sair do partido de origem para integrar o governo. Durante a campanha de 2008, o candidato petista Vanderlei Siraque também sinalizava para essa composição. Contudo, a derrota não deixou saber de fato se o discurso seria concretizado na prática.

Após ter seu projeto de candidatura própria abortado pelo PSDB, o vereador Paulinho Serra migrou para o PSD e decidiu aderir à campanha de Grana. Em razão de o PT ter se comprometido a implantar algumas propostas elaboradas por ele, à época, como presidente do ITV (Instituto Teotônio Vilela), o pessedista comporá o primeiro escalão. Ele comandará a Secretaria de Obras e Serviços Públicos.

Terceiro colocado na eleição, Raimundo Salles (PDT) pendeu para o lado petista no segundo turno. Com o apoio, o pedetista assumirá a Secretaria de Cultura, Esportes, Lazer e Turismo, que tende a ser desmembrada no primeiro semestre de 2013.

Outro pedetista que chefiará secretaria na gestão Grana é o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, Cícero Martinha. Padrinho de casamento do petista, ele será responsável por tocar a Pasta de Trabalho. Hoje atrelada a Desenvolvimento Econômico, a tendência é a separação dos setores, ficando o segundo sob o comando de Oswana Fameli.

Nesse contexto, existe negociação para que os aliados esfriem as movimentações de disputa eleitoral nos próximos dez anos, mantendo fidelidade ao projeto petista. Em contrapartida, a garantia de espaço efetivo e poder para tomar as rédeas do setor.

Base - Apesar da abertura, há velhos nomes do diretório petista confirmados no secretariado, como o ex-prefeito João Avamileno e a ex-vice-prefeita Ivete Garcia, possivelmente para Governo e Orçamento, respectivamente. O vereador Antonio Leite (PT) também é quadro certo para ocupar a Secretaria de Administração, assim como da mulher do prefeito, Fátima Grana, que assumirá a Inclusão Social.

Ex-secretários que encabeçaram Pastas nas gestões Avamileno e Celso Daniel despontam como favoritos para figurar a escalação de Grana, que afirma ter 70% fechado e irá anunciar 100% dos nomes até o dia 15. Entre a turma do regresso está Homero Nepomuceno (Saúde), Sebastião Ney Vaz Júnior (Semasa), Ronaldo Feitosa (Assuntos Jurídicos) e Maria Helena Marin (Educação).

O futuro governo formata núcleo duro em pastas centrais, como Gabinete e Governo, escolhendo Arlindo José de Lima e o vereador Tiago Nogueira para fazer a articulação política.




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