Lateral do penta queria dar abraços nos jogadores, mas foi impedido pelo presidente da CBF, José Maria Marin
Capitão da Seleção Brasileira na conquista do pentacampeonato mundial, em 2002, Cafu foi expulso ontem do vestiário do Brasil. Comovido com o massacre sofrido para a Alemanha, o ex-lateral-direito resolveu consolar os jogadores, mas foi informado de que não poderia entrar. A ordem teria partido do presidente da CBF, José Maria Marin, que não queria “ninguém estranho” no recinto.
“Gostaria de falar com eles (jogadores), mas o presidente José Maria Marin disse que não queria pessoas estranhas no vestiário. Falei que não sou estranho e que queria passar carinho para eles (jogadores), porque nesse momento precisam de apoio. Fiquei surpreso quando quase me tocaram de lá. Humildemente, me retirei do vestiário”, contou Cafu em entrevista à ESPN Brasil.
Os jogadores brasileiros demoraram para deixar o vestiário. Quando saíram, tentaram explicar o inexplicável. “Não sei o que dizer, não sei o que aconteceu com o nosso time”, declarou o goleiro Julio Cesar. “É um momento que deixa todo mundo triste, principalmente o povo brasileiro que sempre nos apoiou”, acrescentou.
Ainda no gramado, o zagueiro David Luiz, o único que teve o nome gritado pelos torcedores na saída do campo, se emocionou. “Só queria poder dar alegria ao meu povo, para essa gente que sofre com tantas coisas. Não conseguimos, infelizmente. Desculpa a todos e a todas as brasileiras. Só queria ver meu povo sorrindo. Todo mundo sabe o quanto era importante para eu ver o Brasil inteiro feliz, pelo menos por causa do futebol. Eles foram melhores, se prepararam melhor, jogaram melhor”, assumiu.
Um dos jogadores mais criticados pela torcida era o atacante Fred, que outra vez teve atuação fraca, com apenas um gol marcado no Mundial até agora. O atleta do Fluminense, no entanto, ignorou as criticas. “Infelizmente nada deu certo para nós. O que nos deixa chateado é a forma como tudo aconteceu, com muita tristeza e decepção. Mas temos de nos apegar às pessoas que vão nos ajudar a superar esse momento. (Essa derrota) Vai ficar marcada para toda a nossa vida. Temos de buscar uma força maior para passar pelas adversidades”, comentou o atacante.
Alemães dizem que Brasil não merecia
A goleada aplicada sobre o Brasil deixou até certo ponto constrangidos os jogadores da Alemanha. Autor do primeiro gol, o atacante Thomas Müller chegou a dizer que o resultado humilhante dói até para ele.
“Os jogadores do Brasil são superjogadores, com qualidade. Não mereciam isso. Com todo o estádio e torcida, perder de 7 a 1, isso dói no nosso coração. Meus amigos do Bayern não mereciam, mas o futebol é assim”, constatou o alemão.
A exemplo dos jogadores brasileiros, Müller parecia cético. “Não consigo acreditar no que acabei de viver. Foi um pouco louco e vamos aproveitar. Nós jogamos bem, melhor do que contra a Argélia, quando ouvimos muitos dizerem que tínhamos problemas, mas agora vencemos e as pessoas estão falando bem de nós”, comemorou.
Escolhido o melhor em campo, Toni Kroos, que marcou dois gols, disse que esta foi a melhor apresentação da Alemanha na qual ele já esteve presente. “Acreditamos desde o primeiro minuto porque vimos que o Brasil estava meio hesitante em suas decisões e aproveitamos isso. Depois que marcamos o primeiro, os outros vieram rápido. Se alguém falasse que ganharíamos por 7 a 1, eu não acreditaria”, ressaltou.
O volante Schweinsteiger também se mostrou dividido em comemorar a goleada e entender o sentimento dos jogadores brasileiros. “Fico um pouco triste em relação ao que aconteceu com o Brasil. É um bom time, fizeram bom trabalho. Fico triste por Neymar e Thiago Silva que não puderam jogar”, lembrou o alemão.
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