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Duelo histórico entre Argentina e Holanda define outro finalista

Times se encontram pela quinta vez em Copas; europeus têm melhor retrospecto, mas hermanos levaram título contra rival

Dérek Bittencourt
Thiago Bassan
09/07/2014 | 07:00
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Um duelo de muita história em Mundiais vai definir quem enfrenta a Alemanha na final da Copa do Mundo. Hoje, às 17h, na Arena Corinthians, em São Paulo, Argentina e Holanda se encontram pela quinta vez pelo torneio, com retrospecto ligeiramente favorável à Laranja Mecânica, que coleciona duas vitórias (na semifinal de 1974, na Alemanha, e nas quartas de 1998, na França). As seleções ainda empataram por 0 a 0 no encontro em 2002, na Alemanha. Mas no duelo mais importante, na final de 1978, os argentinos levaram a melhor dentro de casa e abocanharam o título.

Os sul-americanos chegam embalados por aproveitamento de 100% até agora na competição, com cinco vitórias, enquanto os holandeses venceram quatro vezes e empataram diante da Costa Rica nas quartas de final, conquistando a vaga nas penalidades. Por outro lado, foram os europeus quem balançaram mais as redes, com 12 gols marcados, contra sete dos latinos. Estes são ingredientes que preveem partida acirrada.

“O futebol é equilíbrio entre defesa e ataque. Enfrentamos times poderosos e amanhã (hoje) será mais um deles. Temos que prestar atenção e fazer excelente jogo”, destacou o técnico argentino Alejandro Sabella, em coletiva na Arena Corinthians.

Do outro lado do confronto, o discurso foi semelhante. “Não há favorito amanhã (hoje). Nas semifinais os times estão no mesmo nível. Os resultados têm sido assim nas oitavas e quartas também. As chances são de 50% para cada. Precisamos ter sorte”, opinou o técnico holandês Louis Van Gaal.

Com Lionel Messi de um lado e Arjen Robben de outro, os treinadores tiveram de responder sobre os camisas 11 adversários. “O Robben é um craque. Ele é fundamental para a Holanda, assim como o Neymar para o Brasil e o Messi para a Argentina. Temos que ter cuidado especial com ele, seus dribles, sua rapidez quando pega na bola. Mas não só o Robben, o conjunto da Holanda é muito forte”, indicou Sabella.

Do outro lado, Van Gaal se rendeu ao craque argentino. “Messi foi eleito em alguns momentos o melhor do mundo e isso não acontece por nada. Se marcou tantos gols, isso mostra que tem valor. No momento mais difícil de um jogo ele sempre consegue solucionar alguma coisa. Queremos interromper sua ação”, destacou.


Confronto tem duelo de protagonistas: Messi x Robben

O confronto entre argentinos e holandeses reserva duelo especial entre dois dos principais jogadores da atualidade. Pelo lado hermano, o incontestável Lionel Messi, com seus dribles curtos, dono de posse de bola próxima ao corpo que desespera os adversários e quatro vezes eleito o melhor atleta do mundo. De outro, Arjen Robben, com sua canhota certeira, velocidade digna de Usain Bolt e a sede de levar a Holanda ao primeiro título de Copa.

Neste Mundial, ambos têm sido fundamentais para suas seleções. Messi fez quatro gols, foi eleito três vezes o melhor em campo e decidiu duas partidas no fim, no tento marcado sobre Irã aos 46 minutos do segundo tempo e no passe para Di María decretar a vitória sobre a Suíça, aos 13 minutos do segundo tempo da prorrogação. Já Robben teve grandes atuações frente à Espanha, quando marcou dois gols na goleada por a 5 a 1, e diante do Chile, com assistência incrível após percorrer 97 metros da defesa ao ataque para servir Depay no 2 a 0.

E hoje, quem decide?


Sabella esconde equipe e fala em atenção redobrada
Treinador exalta qualidades da Holanda e pede foco quando time estiver sem posse de bola


Precavido e misterioso. O técnico da Argentina, Alejandro Sabella, mostrou duas das principais características que o acompanham desde o início da Copa do Mundo, na véspera da partida decisiva contra a Holanda, hoje, na Arena Corinthians. O duelo vale vaga na decisão do Mundial.

Sabella exaltou a postura da Laranja Mecânica, que venceu quatro dos cinco jogos que disputou no torneio e pediu aos seus jogadores atenção redobrada quando a equipe não estiver com a bola nos pés.

“Nós temos de pensar na maneira que a Holanda vai se comportar em campo, saber jogar nos contra-ataques. É um time que tem muita posse de bola, não dá espaços. Nesta Copa, tem se falado muito nos erros de passes. Quando se perde a jogada, costuma se pagar caro. Temos de estar equilibrados. Se deixarmos espaços, poderemos nos complicar”, analisou o treinador.

O mistério que ronda a equipe latino-americana está ligado à ausência do meia Di María, lesionado. Recuperando-se de estiramento na coxa, o jogador correu em volta do gramado ontem, mas está descartado da partida. Enzo Pérez e Ricky Álvares brigam pela posição. “Não posso confirmar a equipe que vai a campo. É provável que o time de amanhã (hoje) seja o mesmo que atuou contra a Bélgica nas quartas de final. Mas vou decidir isso apenas na hora do jogo”, despistou.

VINGANÇA?

Na Copa de 1998, Sabella era auxiliar do então treinador da Argentina Daniel Passarella, quando a equipe foi eliminada pela Holanda nas quartas de final. Mesmo assim, o treinador descarta qualquer sentimento de vingança. “Essas palavras, vingança e revanche, não existem para mim”, disse Sabella.


Jogadores atrasam início de treino para assistir à derrota do Brasil


Não tinha como ser diferente. A rivalidade entre Brasil e Argentina é demonstrada até mesmo quando um dos rivais está jogando e o outro se preparando para uma partida. Ontem, na Arena Corinthians, enquanto o Brasil era goleado pela Alemanha, em Belo Horizonte, os jogadores da rival sul-americana atrasaram o início do treino, marcado para às 18h30, e acompanham a trágica partida da equipe comandada por Felipão.

Quando o jogo se encaminhava aos acréscimos, então apareceu o volante Mascherano, primeiro jogador da equipe argentina a subir ao gramado.

“Os jogadores assistiram ao primeiro tempo no hotel e o segundo aqui. Não vejo problema nisso. Sobre o jogo, um 7 a 1 não é resultado normal entre duas potências . É o futebol, o mais ilógico dos esportes”, analisou Sabella.


Van Gaal adota mistério e espera por esquema rival
Técnico teve problemas com Van Persie, mas conta com o atacante; De Jong pode ser novidade

A Holanda chega para o penúltimo degrau em sua busca pelo título inédito da Copa do Mundo, hoje, contra a Argentina, com força total. Ou pelo menos quase isso. Os 23 jogadores participaram da atividade de ontem, comandada pelo técnico Louis Van Gaal no Estádio do Pacaembu, mas com ressalvas. O treinador revelou que o zagueiro Janmaat, com problemas gastrointestinais, e o atacante Van Persie, com dores estomacais, foram poupados de parte do trabalho. Por outro lado, o volante De Jong treinou normalmente. As situações caíram como uma luva para o comandante, que é adepto do suspense e do mistério.

“Terei de pensar sobre essas decisões amanhã (hoje)”, disse o treinador, que ainda condicionou suas escolhas às feitas por Alejandro Sabella no time adversário. “Não posso dizer isso neste momento porque não sei qual será a escalação da Argentina, há pontos de interrogação. Eles usaram esquemas táticos diferentes nesta Copa do Mundo. Tenho que aguardar com quais jogadores eles vão atuar para depois definir nosso esquema”, emendou Van Gaal.

O comandante holandês sequer cogita ficar sem o camisa 9, Van Persie, que tem papel fundamental em sua opinião. “É nosso capitão, portanto só por este cargo é muito importante. E o capitão, desde que com bom preparo físico, sempre vai jogar em uma equipe minha”, disse.

O goleiro Cillessen reassumiu o posto mesmo após Krul defender duas penalidades contra a Costa Rica e classificar o time à semifinal. A dupla Sneijder e Robben também está mais do que garantida. A única dúvida é o retorno de De Jong para o time – mesmo após ter sido considerado como carta fora do baralho por lesão na virilha. O volante trabalhou normalmente e deve ganhar a vaga de Wijnaldum.


Companheiro aponta Robben como melhor do Mundial

As boas atuações fundamentais na campanha holandesa até agora na Copa do Mundo já rendem ao atacante Arjen Robben a indicação como postulante ao prêmio de melhor jogador do Mundial. Pelo menos é o que defende o zagueiro De Vrij, que concedeu coletiva ontem, na Arena Corinthians.

“Por que não? Ele vem fazendo um trabalho fantástico, é importante para nossas ações, pela forma como ocupa espaços. Está fazendo um campeonato maravilhoso”, disse.

O defensor ainda exaltou o fato de a seleção ter revertido a desconfiança com a qual chegou ao Brasil para a disputa da Copa. “Sei que a mídia holandesa não confiava em nós, mas sempre acreditamos. É um sonho realizado, principalmente, para os mais jovens, e está sendo uma excelente oportunidade”, explicou De Vrij, que com 22 anos faz trio defensivo com Vlaar, 29, e Indi, 22. 




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