A produção industrial brasileira registrou queda de 1% em setembro frente a agosto, segundo pesquisa divulgada ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O dado contrasta com o levantamento da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), que apurou crescimento de 0,2% naquele mês.

O economista do IBGE André Macedo explica que, além de diferenças de metodologia das duas pesquisas, a área de abrangência também não é a mesma - no caso do estudo da Fiesp, se refere apenas a São Paulo.

Pelo levantamento do órgão do governo federal, no entanto, a queda de 1% não foi suficiente para reverter o ganho de 2,7% dos três meses anteriores. "O saldo, mesmo com essa queda, ainda é positivo", observa Macedo.

A retração ocorreu, segundo o economista, por fatores como paralisações no setor do petróleo; menor demanda de minério de ferro, por causa do desaquecimento econômico chinês; a antecipação de compras de carros em agosto - que seria o último mês do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) reduzido e também as fracas compras de maquinários. "A recuperação da economia é lenta e existe espaço para atender a demanda sem novos investimentos", diz. Há também o efeito calendário, já que setembro teve quatro dias úteis a menos que agosto.