Menino de 6 anos que sofre de hiperatividade teria apanhado
de educadora; criança também teria sido ofendida e ameaçada
A Polícia Civil de São Bernardo abriu inquérito para apurar as acusações da balconista Monique Ellen Venâncio da Silva, 24 anos, de que seu filho, de 6, teria sido agredido, ofendido e ameaçado por uma auxiliar de Educação no 22 de outubro. A confusão teria ocorrido durante atividade recreativa no parquinho da Emeb (Escola Municipal de Educação Básica) Isidoro Batistini, no bairro Batistini.
No 8º DP (Alvarenga) da cidade, onde o caso foi registrado, segundo o delegado Élcio Álvares, toda a diretoria da escola, a professora do menino, a acusada e até colegas de sala serão chamados para prestar esclarecimentos.
A Secretaria de Educação também abriu sindicância para apurar o assunto. Segundo a secretária Cleuza Repulho, a Pasta está à disposição da mãe, mas o assunto exige cautela durante seu esclarecimento. "Precisamos ter cautela e verificar todos os lados da história", disse.
Dez dias após o ocorrido, Monique ainda fica chocada. O menino tem epilepsia e hiperatividade. No dia, teria entrado em crise nervosa e exigido ser levado para casa, no mesmo bairro. Um colega foi tentar acudi-lo e ele respondeu jogando lama. Ao chamar sua atenção, a educadora, que auxilia as professoras nas atividades, recebeu um chute. Ela teria reagido com golpe nas partes íntimas da criança, além de arranhá-lo no peito, segurá-lo com força (a ponto de deixas hematomas nos braços) e chamá-lo de "demônio".
Laudo preliminar, assinado por médica que atendeu o menino no HMU (Hospital Municipal Universitário) confirma as agressões. O definitivo, do IML (Instituto Médico-Legal), ficará pronto em 30 dias.
"Você deixa seu filho na escola e a última coisa que imagina é que vai acontecer algo assim", disse a balconista. O garoto e a educadora estão na escola há dois anos. A Pasta não tem registros de algo semelhante envolvendo a funcionária, considerada eficiente pela direção da unidade. Ela ainda não foi indiciada e continua trabalhando em suas funções.
"Eu só espero que ela pague pelo que fez. Vai saber quantas vezes ela pressionou psicologicamente meu filho e o dos outros sem ninguém saber?", questiona Monique. "Sei que meu filho tem comportamento difícil, tanto que quando me chamaram para conversar achei que o problema era ele."
A mãe diz que o filho está ansioso, come constantemente e não quer mais ir para a escola. Monique tampouco quer o menino estudando novamente no local.
A secretária de Educação promete apoio à família. "O ideal é reintegrar essa criança o mais rápido possível. Ele tinha sua rotina, seus amigos lá. Mas se for o caso (a transferência), vamos fazer tudo que estiver ao nosso alcance", apontou Cleuza.
Unidade precisa atender necessidades específicas do aluno
Segundo a psicopedagoga Camila Campos, a escola deveria estar preparada para evitar as crises do aluno e, desta forma, evitar o choque entre ele e a educadora. "É um caso de inclusão, mas precisa ter acompanhamento específico e um profissional que atenda as necessidades desse aluno", disse.
Em sua opinião, os danos que ficarão caso o menino tenha sido realmente agredido pela auxiliar são irreversíveis. "As crianças buscam segurança em um adulto. Uma pessoa que cuida deles na escola é a representação perfeita dessa figura. Gera um transtorno muito grande essa quebra de paradigma."
A Pasta diz que está levantando o histórico do menino para ver o quão agressivo ele é. "Mas isso não justifica, claro", completou a secretária Cleuza Repulho.
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