A tradicional Corporação Musical Lyra de Mauá tentará finalizar o ano com mais títulos nacionais em sua galeria de troféus. No dia 21, o grupo venceu as finais estaduais de bandas ocorridas em Quatá, no interior de São Paulo, e agora se prepara para entrar com todas as forças na briga pelo nono título nacional na categoria banda de percussão e pelo 15º prêmio nacional na como banda marcial.

As boas performances dos integrantes renderam à Banda Lyra primeiro lugar em seis oportunidades (sendo o melhor como corpo musical, corpo coreográfico e mor nas duas categorias). Na baliza, a corporação ficou com a medalha de prata nas duas oportunidades. Os três primeiros lugares entre as avaliações técnicas teriam o direito de seguir para a cidade de Presidente Prudente entre os dias 24 e 25, quando ocorre a derradeira disputa entre os melhores do Brasil deste ano.

Aos 78 anos de atividades ininterruptas, a entidade é um dos grupos de fanfarra mais antigos e vitoriosos do País. "Estamos tendo conquistas inéditas. Nenhuma outra banda tem tantos títulos nacionais como nós. É uma cultura que, aos poucos, foi sendo deixada de lado. Em Mauá, esse tipo de atividade se deve aos imigrantes europeus e acabou se tornando uma tradição muita forte. Mas isso acaba não ocorrendo em outros pontos do País. Trata-se de uma cultural pouco difundida", analisa a presidente da entidade, Ana Maria de Freitas Silva, que tem a esperança que a obrigatoriedade de aulas de música na grade curricular a partir do ano que vem possa ajudar a retomar a força das fanfarras.

Atualmente, a Banda Lyra conta com 300 alunos com idade entre 7 e 18 anos. Para as performances em desfile, 150 integrantes representam a corporação em concursos e eventos se dividindo em setores como músicos, corpo coreográfico, pavilhão e pelotão.

Segundo a presidente, a coleção de títulos serve como incentivo para os jovens. "A competição acaba estimulando os garotos e acho que isso ajuda ao ser humano a querer ser melhor que o outro e a si mesmo de maneira saudável. O desafio da competição serve como fator motivacional."

Mas talvez o maior prêmio do grupo seja seu trabalho social ao utilizar a música como meio de disciplina para os alunos. "O convívio que estimulamos tem superado o aspecto musical do projeto. Acabamos fortalecendo esse cunho social em virtude de, principalmente, afastar os jovens das drogas. Por isso exigimos presença, estudo e boas notas. Essa ajuda tem sido tão importante quanto o trabalho artístico e cultural", afirma Ana Maria.