O corregedor municipal de São Caetano, Mauro Russo, arquivou a investigação do suposto ‘mensalinho', aberta após divulgação, em agosto, de vídeo gravado em 2009. A gravação tinha como protagonistas o ex-secretário de Governo Tite Campanella (DEM) e o vereador Edgar Nóbrega (PT), que teriam acertado R$ 100 mil, além de R$ 10 mil mensais, por oposição branda.
De acordo com o relatório da sindicância, Tite alegou que teria provocado o petista a entrar nas negociações e gravou o diálogo porque Edgar apresentou requerimento de informação na Câmara sobre uma viagem que ele teria feito.Sobre o fato de ter citado como responsáveis por repasses financeiros os vereadores petebistas Paulo Bottura e Gérsio Sartori, o primeiro de R$ 10 mil e o segundo de R$ 2.000, o ex-secretário disse que sabia que Edgar havia se socorrido de empréstimos junto aos colegas de Legislativo.
Os R$ 100 mil, em cinco parcelas, tratados pela dupla serviriam para que o petista vencesse a eleição interna de seu partido. E venceu. Edgar faria oposição branda em troca da verba. Tite garantiu não ter concebido a quantia ao vereador e disse que ficou sabendo que ele resolveu o impasse dentro do PT. Sobre os cargos que teriam sido solicitados, o democrata disse que não houve atendimento porque não havia vaga nem necessidade.
Tite afirmou ter cortado pessoalmente o fim da gravação onde Edgar teria reclamado da provocação no diálogo. Ele ainda pediu desculpas pela atitude infantil ao vereador que disse ser uma pessoas de bem, que atravessava dificuldades familiares.
Em depoimento, Edgar negou as tratativas e questionou se atitude do ex-secretário teria sido mando de outra pessoa. Bottura e Gérsio entregaram comprovantes bancários das quantias citadas e alegaram que os valores foram emprestados ao petista e pagos em parcelas posteriormente.
A sindicância concluiu que houve prejuízo à imagem da Prefeitura e que a falta foi cometida por Tite, que seria punido com a exoneração, porém, ele se antecipou e deixou o Paço. A sindicância foi encaminhada à Câmara e ao Ministério Público, que também investiga o caso. Após a divulgação do vídeo, o PT forçou Edgar a desistir da disputa eleitoral para prefeito e a se licenciar da presidência do partido. Ele é investigado por comissão de ética.
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