Estabelecimento tem 29 queixas no Procon da cidade;
queixas mais comuns são de má qualidade do produto
Pagar por um serviço e não recebê-lo: o transtorno tira o sono de qualquer consumidor. Muita gente que comprou itens na Vidraçaria Equilibrium Design ou Equilibrium Esquadrilhas (Rua Arlindo Marchetti, 630, Santa Maria, em São Caetano), por exemplo, sente esse problema. A empresa possui 29 reclamações na unidade Procon do município desde 2009. As queixas mais comuns são de má qualidade do produto, acabamento e não entrega do material, conta o diretor do órgão de defesa do consumidor da cidade, Emerson Prescinotto.
A média de prejuízo dos clientes que conversaram com a equipe do Diário é de R$ 5.000. Um dos consumidores, por exemplo, contratou R$ 5.700 para cobrir a sacada com vidros e para a instalação de uma janela. "Fechei negócio com a empresa em julho. O material só foi entregue em agosto. Tudo inacabado e com medidas erradas. Fui atraído pelo bom atendimento, descontos e bom preço, mas tudo isso não passa de uma farsa", desabafa.
Outro caso é de cliente que contratou espelhos, esquadrilhas e portas de vidro em dezembro. A entrega deveria ocorrer em fevereiro, mas o serviço ficou incompleto.
Após muitas brigas, o terceiro cliente que falou com a reportagem teve o seu caso resolvido. "A empresa atrasou 120 dias para cumprir o prazo. Contratei R$ 5.000 em produtos e paguei em duas vezes. Os vidros que foram entregues têm tamanhos diferentes. As pessoas que ali trabalham são desorganizadas", adverte.
Os três casos foram parar no Juizado Especial de Pequenas Causas da cidade. Com todos os clientes, a empresa firmou acordo para quitação de débitos pendentes e multas, pelos transtornos gerados. No entanto, o responsável pela loja, Luciano Souza, não cumpriu os prazos de pagamento. "Nesses casos, a Justiça pode penhorar os bens da pessoa física, no caso, quem dirige a empresa. Mas, se a mesma não possuir nada em seu nome, não tiver dinheiro em conta-corrente no banco, é mais complicado. O advogado precisa iniciar uma investigação para achar a pessoa que responde pelo credor", explica o advogado e professor do Grupo de Estudos das Relações de Consumo da Universidade Presbiteriana Mackenzie Bruno Boris.
Em resposta à reportagem, o responsável pela loja afirma que fica "à mercê" dos fornecedores. "Não tenho como evitar alguns atrasos. Dependo de outras pessoas. Quanto aos pagamentos determinados pela Justiça, os quais não paguei, não tenho vergonha em dizer que foi por falta de verba." Souza conta ainda que sua advogada tem fechado alguns acordos com quem moveu ação na Justiça. "Vou quitar meus débitos aos poucos."
Prescinotto esclarece que diante das queixas no Procon, uma equipe de fiscalização do município (ação conjunta de fiscalização municipal e Procon) foi encaminhada até o estabelecimento, mas nada de irregular foi encontrado para que a empresa fosse autuada. "O que o Procon pode fazer é passar informações aos consumidores no intuito de alertar quais empresas não prestam serviço de qualidade. O consumidor precisa pesquisar a idoneidade das empresas antes de contratar um serviço ou comprar um produto".
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.