A indústria não teve bons resultados em 2011. O setor paulista, por exemplo, registrou queda de 3,3% na produção física, na comparação de dezembro de 2010 e o mesmo mês do ano passado, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O Grande ABC, com um parque industrial forte, acompanhou o cenário. E os moradores também pagaram a conta. A renda média familiar teve queda real de 4,78% em fevereiro na comparação anual.Isso significa que o poder de compra do consumidor ficou mais enxuto. Os desembolsos para as compras básicas estão levando maior fatia do orçamento. Em fevereiro de 2011, a remuneração média dos domicílios na região era de R$ 3.516. No segundo mês deste ano, passou para R$ 3.348. São R$ 168 a menos na carteira.Os trabalhadores da indústria são os mais bem pagos nas sete cidades. Mas a remuneração média deles caiu 9,04% na comparação de fevereiro contra o mesmo mês de 2011. O valor desceu de R$ 2.230 para R$ 2.028.As informações são da mais recente Pesquisa Socioeconômica do Grande ABC, cujo recorte foi concedido pelo Inpes/Uscs (Instituto de Pesquisas da Universidade Municipal de São Caetano) com exclusividade para a equipe do Diário.
EFETIVOO decréscimo da renda dos funcionários das indústrias foi uma das influências para ocorrer o encolhimento do dinheiro que entrou nos domicílios em relação ao ano anterior. A força de trabalho do setor representa 32% dos empregos formais da região, conforme informações do Seade-SP (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados) referentes a 2010. O setor acolhia 259.333 trabalhadores das 798.345 pessoas empregadas.De acordo com a pesquisa do Inpes/Uscs, os quatro município que mais concentram industriários são aqueles cuja renda média do trabalho em geral caiu na relação entre fevereiro e o mesmo mês do ano passado.Em São Bernardo, o rendimento caiu de R$ 2.396 para R$ 2.333. Santo André apresentou decréscimo de R$ 2.091 para R$ 1.870. A remuneração do trabalho em Diadema era de R$ 1.432 e caiu a R$ 1.378. Mauá, com a maior queda percentual dentro do Grande ABC, de 13,07%, diminuiu de R$ 1.530 para R$ 1.330.Por outro lado, as demais três cidades que concentram menor participação dos empregados da indústria, tiveram alta nos salários em geral. Em São Caetano, com melhor resultado da região, o crescimento real da remuneração foi de 11,5%, de R$ 2.577 para R$ 2.875. Em Ribeirão Pires o valor saltou de R$ 1.251 para R$ 1.361, e em Rio Grande da Serra foi de R$ 1.220 a R$ 1.333.