Política Titulo Teste
Governabilidade à prova

Vitória de governistas refletiu nas Câmaras; os opositores que
ganharam Prefeituras terão de articular maioria no Legislativo

Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
14/10/2012 | 06:52
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Todo prefeito busca apoio da maioria dos vereadores no legislativo para garantir a governabilidade e ter tranquilidade na relação entre os poderes. Em São Bernardo e Rio Grande da Serra, onde os prefeituráveis governistas venceram, o cenário positivo refletiu na disputa proporcional. Em São Caetano e Ribeirão Pires, que tiveram vitórias da oposição, os eleitos terão de negociar.

Apesar de ter derrotado a governista Regina Maura Zetone (PTB) na disputa pelo Paço de São Caetano, com 63,35% a 34,81% dos votos válidos, o prefeito eleito Paulo Pinheiro (PMDB) não teve sucesso com sua chapa proporcional. Os peemedebistas e aliados fizeram apenas três das 19 cadeiras da Câmara. O cenário, entretanto, não indica que o peemedebista terá dificuldade com a governabilidade.

Dono de quatro mandatos ininterruptos, Pinheiro é ex-petebista - partido que elegeu quatro vereadores - e possui boa relação com a maioria dos parlamentares que assumem no ano que vem. Na primeira sessão que participou como eleito, ele recebeu os parabéns e discursos de compromisso da maioria.

Nos bastidores, o peemedebista já iniciou os primeiros contatos para organizar a bancada de situação. A maioria dos eleitos adota cautela para se posicionar em relação ao próximo governo, porém sinaliza por composição.

Grupo parlamentar independente tem sido arquitetado. Seria um bloco que discutiria projeto a projeto, ao contrário do que a Casa faz com o prefeito José Auricchio Júnior (PTB) ao aprovar todas as matérias do Executivo sem questionamentos.

O prefeito eleito de Ribeirão Pires, Saulo Benevides (PMDB), vive situação parecida. Beneficiado pelo indeferimento do candidato governista, Edinaldo de Menezes, o Dedé (PPS), o peemedebista venceu com 58,31% dos votos válidos, mas não teve resultado positivo na eleição proporcional. Cinco das 17 cadeiras do legislativo serão de aliados. A chapa governista elegeu dez vereadores e a coligação petista ficou com três vagas. Saulo já começou tratativas por apoio na Câmara.

Reeleito prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), vive situação avessa ao seu primeiro ano de mandato, em 2009. Há quatro anos, o petista viu seus projetos serem travados no Legislativo por falta de governabilidade. Nesta eleição, no entanto, ‘atropelou' a oposição e fez 20 das 28 cadeiras da Câmara.

O prefeito de Rio Grande da Serra, Adler Kiko Teixeira (PSDB), fez o serviço completo: elegeu o sucessor Gabriel Maranhão (PSDB) e dez dos 13 vereadores. O tucano terá apenas o percalço de uma bancada de oposição composta por três petistas. O PT foi o principal adversário na disputa pelo Paço, com Claudinho da Geladeira.

 

Grana e Aidan teriam ao menos maioria simples na Câmara

 

Postulante à reeleição, o prefeito de Santo André, Aidan Ravin (PTB), e o candidato petista à sucessão, Carlos Grana, apresentam cenário semelhante para conduzir a governabilidade no Legislativo. Petebista e petista teriam pelo menos maioria simples para tratar sobre aprovação de projetos de lei, necessitando de costura política para negociar propostas com maior relevância, quando são necessários 14 votos para avalizar a matéria.

Pela coligação, Aidan conseguiu fazer nove vereadores, sendo quatro correligionários. Em contrapartida, Sargento Juliano e José Araújo, ambos do PMDB, já anunciaram adesão ao projeto petebista. O panorama é semelhante ao enfrentado atualmente pelo chefe do Executivo. Com 21 parlamentares na Casa, o prefeito obtém 13 apoiadores e oito oposicionistas. Caso alcance eventual virada nas urnas (conquistou 135 mil votos contra 155 mil sufrágios de Grana no primeiro turno), precisaria fazer governo de coalizão com novos aliados ou negociar antes que o projeto entre no plenário.

Grana, por sua vez, alcançou seis vagas na Câmara. Diante da aliança com o ex-prefeiturável Raimundo Salles (PDT), que fez três cadeiras, a condição ficaria mais confortável, só que ainda não atingiria o número suficiente para maioria absoluta. O PT enfrentaria forte oposição da bancada resistente do PTB, que aliaria-se ao DEM. (Fábio Martins)

 

Mário Reali teria tranquilidade; Michels precisaria costurar base

 

A configuração da Câmara de Diadema apresenta cenário amplamente favorável ao prefeito Mário Reali (PT), que concorre à reeleição. Das 21 cadeiras, 15 delas são ocupadas por postulantes oriundos da coligação Pra Diadema Ter Mais, encabeçada pelo petista.

Se conquistar a reeleição, Reali teria novamente um Legislativo controlado. E, desta vez, não terá embates com a petista Irene dos Santos, que, apesar de ser correligionária do prefeito, batia de frente em diversos projetos da administração.

A incógnita para a governabilidade de Reali seria a presença do ex-deputado José Augusto da Silva Ramos (PSDB) no parlamento municipal. Debutante na Câmara, o tucano tem larga experiência política e poderia formar bloco oposicionista capaz de dar dor de cabeça ao petista.

Caso a vitória seja de Lauro Michels (PV) na eleição majoritária no dia 28, a situação não é nada confortável. O PV elegeu quatro vereadores (Milton Capel, Márcio da Farmácia, Lúcio Araújo e Marcos Michels) e teria apoio de José Augusto e José Dourado (PSDB).

Para ter governabilidade na Casa, precisaria necessariamente costurar a ampliação da base. Para o segundo turno, o verde já procurou legendas como PR (que elegeu quatro vereadores) e PMDB (que reelegeu Cida Ferreira). O PSB também poderia ser alvo, até porque o partido tem planos de se desgarrar do PT e lançar candidato próprio ao Paço em 2016. (Raphael Rocha)

 

Conjuntura ameaça Donisete e Vanessa Damo em Mauá

 

Apesar de terminar o primeiro turno de Mauá em primeiro lugar, Donisete Braga (PT) pode encontrar dificuldade em formar a maioria na Câmara se vencer o segundo turno. Dos 23 vereadores eleitos, apenas seis pertencem à coligação petista.

Adversária de Donisete no segundo turno, Vanessa Damo (PMDB) conduziria a relação com o Legislativo com um pouco mais de tranquilidade. Sua coligação elegeu nove vereadores. O número ainda é inferior à maioria absoluta de 12 votos, quórum necessário para que a maioria dos projetos passe pelo crivo da Casa.

Amarrações políticas firmadas durante a semana já moldam os cenários. Donisete ganhou o apoio do ex-concorrente Atila Jacomussi (PPS) e está próximo de anunciar a adesão do PTdoB. A coligação do popular-socialista elegeu à Câmara o pai de Atila, Admir Jacomussi (PRP). Já os trabalhistas fizeram duas cadeiras. Com a soma, teria nove aliados garantidos na Casa.

Por outro lado, Vanessa já conta com o apoio do PTB, que elegeu Eugênio Rufino e Ricardinho da Enfermagem ao Legislativo, subindo os eventuais apoios para 11. O PSDB foi outro partido que aderiu à peemedebista, mas a postura do eleito Jotão é incógnita.

Apesar das projeções, as conjunturas podem forçar adequações. O PRB e o PP, por exemplo, caminharam com Vanessa, mas deram base à maior parte do governo petista de Oswaldo Dias. Ambos elegeram um vereador. (Mark Ribeiro)

 

 

 

 




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