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'Não tenho mais sorriso nem prazer de viver'
Por Rafael Ribeiro
do Diário do Grande ABC
20/09/2012 | 07:00
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Tiago Silva/DGABC


Dormir ficou difícil para o mecânico João Luiz Vaz, 52 anos, desde que sua filha, Lore de Santana Vaz, 26, foi encontrada degolada dentro de um Uno cinza na Vila Valparaíso, em Santo André, na quarta-feira da semana passada. Ontem, na missa de sétimo dia da jovem em igreja de São Caetano, ele disse estar insatisfeito com a demora da polícia em solucionar o caso. "Minha cabeça está a mil. Vou colocar a boca no mundo até que encontrem os responsáveis", disse, emocionado.

Vaz afirmou que a família deseja mais do que nunca saber quem assassinou a estudante e quais são os motivos. "Sei que é difícil. Estamos acompanhando de perto e não sabemos de nada que possa ajudar. Não há nada concreto. Ela não tinha inimigos", afirmou.
Para o pai, será difícil recuperar a alegria. "A rotina tem que voltar, mas o sorriso e o prazer de viver não tenho mais. Tem que ir levando, tentando voltar ao normal. Perdi toda a minha razão", afirmou.

Namorado de Lore, o corretor Vinícius Cândido Arriate Teixeira, 24, ainda não conseguiu voltar ao trabalho. Diz acordar todos os dias e chorar de saudades. "As lembranças que ficaram nenhum marginal tira de mim", destacou. Ele acredita que Lore possa ter reagido a um assalto. "Não sai da minha cabeça o que ela pode ter sofrido, o que aconteceu dentro do carro."

A hipótese de latrocínio é a mais forte para os policiais da Delegacia de Homicídios da cidade, mas ainda não foi confirmada. Também são apuradas as possibilidades de crime passional e até acerto de contas por causa de dívidas. "Passa muita coisa pela nossa cabeça. Mas no momento o que queremos é saber quem foi o responsável", disse Teixeira.

MISSA

Cerca de 150 pessoas compareceram ontem à Paróquia Nossa Senhora das Graças, no bairro Nova Gerty, para a missa de sétimo dia. No mesmo horário, a polícia divulgou imagens do Uno cinza da estudante sendo seguido pelo Kadett vermelho onde estavam os três homens apontados como responsáveis pelo crime. O veículo estava em Santo André, cerca de meia hora depois de Lore deixar a faculdade que cursava, em São Caetano.

Os investigadores não revelaram se o depoimento dos pais se baseou na informação de que Lore teria buscado dinheiro com agiotas para quitar as dívidas que tinha no cartão de crédito. A jovem chegou a vender uma casa, o que também pode ter atraído os criminosos.

Por enquanto, não há informações do período entre 22h30, quando ela deixou a faculdade de Administração e ligou para os pais, à 1h20, quando dois homens abandonaram o Uno e seu corpo para entrar no Kadett.




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