Política Titulo Santo André
Eleitor fica sem
propostas de Aidan

Candidato à reeleição não comparece a debate e vira alvo dos
adversários, que o classificaram de 'fujão' e 'prefeito papelão'

Por Cadu Proieti
Fábio Martins
18/09/2012 | 07:06
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O prefeito de Santo André, Aidan Ravin (PTB), postulante à reeleição, virou alvo ontem do debate realizado pelo Diário ao fugir da apresentação de propostas. Com a ausência do petebista no encontro, os demais cinco candidatos ao Paço, além de mencionar parte de seus planos de governo, fizeram duras críticas por considerar a postura do adversário "desrespeito aos eleitores", a começar por excluir a imprensa da cobertura cotidiana de sua campanha.

Há três semanas, a assessoria de Aidan assinou as regras se comprometendo a comparecer no encontro. Mesmo diante do posicionamento, sequer enviou resposta oficial para justificar sua falta no debate ontem - o vídeo da atividade estará disponível hoje na íntegra no site (www.dgabc.com.br/tv).

Aidan compareceu, no horário do debate, num evento de Miss e Mister da Terceira Idade, no Clube Icaraí, promovido pelo Fundo Social de Solidariedade, presidido pela sua mulher, Denise Ravin. "Se ele for a debates, a sua rejeição vai crescer de 30% para 100%", disse Alexandre Flaquer (PRTB).

Durante o principal embate, os prefeituráveis Carlos Grana (PT) e Marcelo Reina (Psol) trocaram farpas entre si, sem esquecer de acusar Aidan de "autoritário e antidemocrático". Segundo o petista, o prefeito tem sido "muito visto pela cidade, porém somente em forma de boneco". "É o prefeito papelão. Não respeita ninguém, nem mesmo os questionamentos da população." O socialista, por sua vez, o chamou de covarde pela ausência, comparando-o ao prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), que tem adotado a mesma tática.

Avaliando a gestão petebista como péssima, o pleiteante à Prefeitura pelo PDT, Raimundo Salles, utilizou estratégia diferente para condenar a prática do prefeito. "É fujão. Cadê você, Aidan? O senhor não aparece nem para explicar por que destruiu o estádio (Bruno Daniel), não trouxe o Poupatempo (de serviço, em aliança com o governo do Estado) porque comprou terreno contaminado, além de se envolver em toda ordem de escândalos."

O caso Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), que desenrolou série de denúncias de cobrança de propina na liberação de pagamentos e na aprovação de licenças ambientais nesta gestão, entrou na pauta, porém, apenas no questionamento dos jornalistas.

Sorteado para responder, o candidato pelo PMDB, Nilson Bonome, afirmou que o episódio passou em branco, até o momento, por estar sob investigação na Polícia Civil e no Ministério Público. Reina, o mais incisivo do debate, disparou que os concorrentes evitam o assunto por terem telhado de vidro.

 

TEMAS

Apesar da discussão de projetos na Educação, Mobilidade Urbana e funcionalismo público, propostas de Saúde ficaram de fora do encontro. A única menção sobre o tema se deu quando Salles sustentou que Aidan, que é médico, usa bem o ditado popular: "Casa de ferreiro, espeto de pau", ao concluir que a área está em situação tão ruim quanto na época do PT, que ficou 16 anos no poder.

Já a primeira pergunta do debate, respondida por todos os candidatos, permaneceu sem resposta. Eles não deram solução para tirar do papel o Polo Tecnológico, oficialmente credenciado ao Sistema Paulista de Parques Tecnológicos, em 2010.

 

Grana diz que prefeito não usou emendas enviadas

 

Ao ser questionado por Alexandre Flaquer (PRTB) sobre o que fez pelo município como deputado estadual, Carlos Grana (PT) afirmou que, em um ano e meio (assumiu o cargo em março de 2011), destinou 50% do valor das emendas parlamentares propostas por ele a Santo André. Cada deputado estadual tem direito a R$ 2 milhões por ano em emendas.

O petista aproveitou a oportunidade para criticar o atual prefeito Aidan Ravin (PTB). "A Prefeitura não deu encaminhamento às minhas emendas. Isso aconteceu por imcompetência ou perseguisação política", alfinetou o prefeiturável.

Ao fim do debate, Grana disse que, através de trabalho conjunto com os vereadores do PT na cidade, fez levantamento das principais necessidades do município. "Tiramos várias prioridades e, uma parte delas, coube-me destinar através da Assembleia Legislativa, com obras de urbanização."

 

Salles foca em Educação visando escolas técnicas

 

Na abertura do segundo bloco do debate, quando o tema das perguntas era de livre escolha pelos prefeituráveis, o candidato do PDT à Prefeitura de Santo André, Raimundo Salles, foi questionado por Alexandre Flaquer (PRTB) sobre quais seriam as principais ações do pedetista na área da Educação caso for eleito. Em sua resposta, Salles disse que pretende implementar duas escolas técnicas municipais durante o mandato.

No entanto, não foi só nesse momento do debate em que o postulante do PDT falou sobre o tema. Na maioria das declarações, Salles fazia questão de enfatizar que irá valorizar o ensino caso for prefeito. "Sou fruto da Educação", disse o prefeiturável em várias ocasiões.

Durante suas falas, o candidato do PDT também prometeu valorizar o funcionalismo público e exaltou o mandato do prefeito Newton Brandão (PTB), que governou a cidade de 1968 a 1972, 1983 a 1988 e 1993 a 1996.

 

Bonome fala em desburocratização para atrair empresas

 

O candidato do PMDB à Prefeitura de Santo André, Nilson Bonome, comentou a resposta de Alexandre Flaquer (PRTB) sobre desenvolvimento econômico na cidade. Em sua fala, o peemedebista disse que para atrair maior número de empresas para a cidade, é necessário desburocratizar o sistema de licenças para atuação empresarial no município.

"Hoje, o trâmite para abrir uma empresa em Santo André é muito complicado. É necessário facilitar esse processo para que os empresários tenham interesse em vir atuar aqui. Estamos nos transformando em ‘cidade dormitório', sem opção de trabalho local", disse Bonome.

Em algumas de suas declarações durante o debate, o prefeiturável enalteceu o fato de ter chefiado três secretarias (Saúde, Finanças e Gabinete) simultaneamente durante a gestão de Aidan Ravin (PT). Bonome deixou o Paço em janeiro para concorrer ao pleito municipal.

 

Reina: Psol é quem representa as lutas populares de fato

 

Participando de todas as discussões mais acaloradas do debate, o candidato do Psol à Prefeitura, Marcelo Reina, que carrega a bandeira do socialismo, disse que irá valorizar a participação popular, caso eleito. O prefeiturável prometeu criar um júri, em que os munícipes poderão julgar as ações da Prefeitura.

"Isso irá funcionar como algo consultivo, para sabermos o que as pessoas estão achando de nossa administração. O povo que irá determinar o que quer. Em meu governo, quem vai mandar em você é você mesmo", prometeu o candidato.

As declarações foram feitas pelo socialista após pergunta de Carlos Grana sobre como Reina pretende implementar o Orçamento Participativo, bandeira das administrações petistas. Como resposta, o candidato do Psol disse que pretende utilizar o programa, mas não fará como outros políticos, que usam o Executivo para fortalecer o próprio partido.

 

Flaquer promete criar usina elétrica e trazer X-Games

 

A participação no debate de Alexandre Flaquer, candidato do PRTB à Prefeitura de Santo André, ficou marcada pela apresentação de propostas diferentes das convencionais, feitas pelos prefeituráveis durante o período eleitoral. Uma delas foi a criação de uma usina elétrica.

Como uma das melhorias na área de Segurança Pública, o postulante prometeu aumentar o armamento da GCM (Guarda Civil Municipal), municiando os vigilantes com armas de calibre 12 e pistolas 380. Mesmo dizendo que vai equipar os guardas da cidade com equipamentos pesados, Flaquer disse que os profissionais não são preparados e necessitam de treinamento.

Na área de Lazer, o prefeiturável disse que quer fazer complexo voltado à prática de esportes radicais para trazer os X-Games para a cidade. Flaquer também prometeu uma pista de arrancada automobilística, alegando ser piloto e conhecer o esporte.




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