Esportes Titulo Pessimismo
Emerson Leão teme vexame
da Seleção na Copa 2014

Técnico aproveitou férias de 2 meses, período em que deixou
o São Paulo e assumiu o Azulão, para ver jogos da Olimpíada

Marco Borba
Do Diário do Grande ABC
03/09/2012 | 07:16
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O técnico Emerson Leão aproveitou as férias de dois meses - período em que deixou o São Paulo e assumiu o São Caetano - para ver jogos do Brasileirão, inclusive do ex-time, da Olimpíada de Londres e se disse decepcionado com a atuação do Brasil.

"Na Olimpíada fui torcedor e não gostei, como ninguém gostou. Todo barulho vem das arquibancadas pelos resultados. Tivemos nos últimos anos o melhor elenco jovem para ganhar uma Olimpíada, mas, infelizmente, não vencemos", criticou.

Leão teme pelo futuro da Seleção no Mundial de 2014. "Todo time começa por um bom goleiro. Testamos vários - 12 nos últimos dois anos - e ainda não temos um. Aliás, ainda não temos um time. Infelizmente, não temos mais os melhores jogadores do mundo, mudamos para pior. Cabe a nós, técnicos, aos dirigentes e à imprensa, com seu papel crítico, ajudarmos a melhorar. Não quero pertencer a uma geração que mais uma vez perdeu a Copa no Brasil", disse o treinador, 63 anos, que completou um ano de vida cinco dias antes do Maracanazzo de 1950, ocasião em que o País perdeu o título mundial para o Uruguai no Estádio do Maracanã.

O ex-goleiro garante não ter guardado mágoa do presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, pela demissão após a eliminação nas semifinais do Paulistão (pelo Santos) e da Copa do Brasil (pelo Coritiba). "Não saí magoado. Tem de levar em consideração que ele já está meio velho, acho que quer ser treinador. Adorei trabalhar lá. O que importa é a entidade ser respeitada e isso eu fiz. Não vou perder tempo com o Juvenal", ironizou.

Na parte em que fala que Juvenal quer ser treinador, Leão faz crítica velada ao fato de o dirigente ter o hábito de fazer preleções ao time dentro dos vestiários às vésperas de alguns jogos. O presidente chegou a tirar o zagueiro Paulo Miranda da concentração um dia antes de uma partida, o que causou mal-estar entre o técnico e a cúpula são-paulina. Leão levou o caso para a imprensa e ali começou a troca de farpas entre treinador e dirigentes que resultaram na queda do hoje comandante do Azulão.

Leão também lamentou o momento do Palmeiras - está na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro, com 17 pontos - clube que o projetou para o cenário nacional entre o final da década de 1960 e início da de 1970. "Algumas surpresas estão acontecendo. Vi o jogo com a Portuguesa e não esperava que aquilo (goleada por 3 a 0) pudesse acontecer. Quem não se preparou para perder pode ter dificuldades. Já há quem diga que para escapar tem de ganhar ao menos dez jogos. O Atlético-MG é o primeiro com méritos, porque investiu pesado e tem um bom banco", afirmou.

Contratado até o fim do ano para comandar o São Caetano, Leão evitou projeções futuras e foi evasivo quando perguntado sobre o que o leva crer que desta vez o São Caetano de fato vai brigar pelo acesso. "Meu compromisso é trabalhar o máximo para conseguirmos o acesso. Não tenho compromisso com o futuro e sim com o presente, que é até dezembro."

Técnico curte fase, mas de olho em Bragança

Carlos Tadeu, Especial para o Diário

A vitória diante do Avaí, na estreia do técnico Leão, deu mais tranquilidade ao São Caetano para continuar sua caminhada na Série B do Brasileiro rumo à elite nacional.CW-15 A equipe segue em quinto lugar, mas agora com 37 pontos, somente um a menos que o Joinville, quarto colocado.

Portanto, a ordem é voltar a embalar na competição, depois de ter ficado 16 jogos invicto no primeiro turno, sob o comando do recém-demitido Sérgio Guedes.

Aliás, no confronto de sábado contra os catarinenses, a torcida do Azulão apoiou o novo comandante Emerson Leão, mas sem se esquecer do ex-treinador do clube. Até faixa foi aberta em reconhecimento ao bom trabalho realizado no comando do São Caetano.

Leão falou sobre a manifestação dos torcedores. "A torcida apoiou e eu aprovei. Sabemos que o time teve performance muito boa com o Sérgio (Guedes)", declarou.

Sobre o Bragantino, adversário que o Azulão encara amanhã, às 21h50, em Bragança Paulista, pela 22ª rodada, o novo treinador não escondeu sua preocupação, especialmente porque o time do Interior foi prejudicado pela arbitragem na última partida.

"O Bragantino vem de um resultado negativo /CL/CP/IP(3 a 2 para o vice-líder Criciúma, em Santa Catarina) bem diferente, pois teve de tudo, quando fizeram bom jogo. O próximo adversário deles somos nós. Jogar em Bragança em situação normal é muito complicado, desta forma dá para imaginar o nosso grau de dificuldade e a responsabilidade do árbitro", comentou Leão, que também falou sobre reforços.

"O grupo tem qualidade coletiva para subir, mas precisamos de duas ou três peças para quando necessitarmos renovar dentro de campo. O duro é achar bom jogador que queira disputar a Segunda Divisão. Eu gostei do convite. Quando estive aqui da outra vez fui feliz. Me deram de tudo. Tem time pequeno que também cumpre com suas obrigações", completou o treinador.

O experiente goleiro Luiz também falou sobre o confronto de amanhã no Interior. "Todos nós sabemos que o Bragantino é um adversário muito difícil. Para piorar, está na zona de rebaixamento (19º, com 15), o que torna (o jogo) ainda mais pedreira. Não vai nos deixar espaços. Devemos manter os pés no chão e ficar em alerta", declarou.




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