Política Titulo Briga
Dedé aciona Saulo na Justiça

Vice-prefeito de Ribeirão acusa adversário de abuso de poder
econômico e pede cassação da candidatura do peemedebista

Cynthia Tavares
do Diário do Grande ABC
01/09/2012 | 07:39
Compartilhar notícia


O vice-prefeito de Ribeirão Pires e indicado da administração para concorrer ao Paço, Edinaldo de Menezes, o Dedé (PPS), entrou com ação judicial contra o candidato Saulo Benevides (PMDB). O processo pede a cassação do registro de candidatura ou do diploma do peemedebista por abuso de poder econômico, além de arrecadação ilícita e gasto eleitoral.

O popular-socialista acusa o adversário de utilizar um jornal da cidade a seu favor e usar a estrutura da campanha, como cabos eleitorais e automóveis, para distribuir a publicação no Centro do município. A ação contém fotos e vídeos que comprovariam o suposto esquema.

A edição de terça-feira do periódico replicou a manchete publicada pelo Diário no dia 26. O texto afirma que o peemedebista era líder na pesquisa encomendada pelo jornal com 10,2 pontos percentuais de vantagem sobre o segundo colocado, Dedé.

De acordo com fotos e vídeos anexados ao processo, o caminhão adesivado com a campanha eleitoral do PMDB teria ido até o bairro do Limão, na Capital, onde a publicação é impressa, por volta das 4h20 de terça-feira.

A acusão diz que 10 mil exemplares foram colocados dentro do veículo que foi direto para o comitê central do prefeiturável, localizado na Avenida Brasil, em Ribeirão. Por volta das 5h30, o motorista chegou ao local.

No começo da manhã, Saulo teria aparecido ao comitê seguido de diversos carros adesivados. Segundo a ação, todos os veículos foram carregados com os exemplares para distribuição. O peemedebista afirmou que nunca participou do suposto esquema. "O que a gente pega (com os carros) é o material de campanha. O folder e o plano de governo", defendeu.

O irmão do candidato e um dos coordenadores da campanha, Silvio Benevides, teria sido um dos responsáveis por coordenar a distribuição e aparece nas fotos colocando o periódico dentro de um dos veículos. A sequência de imagens anexadas ao processo mostra que durante a manhã supostos cabos eleitorais entregaram o jornal em locais com bastante movimento, como o Terminal Rodoviário.

A distribuição do jornal é gratuita, porém os advogados de Dedé questionaram a utilização do material pela estrutura da campanha. "Percebemos que o jornal tem sido usado para propaganda política do candidato. É distribuição gratuita, mas, se contabilizarmos os anúncios publicitários existentes, não pagam a publicação", considerou advogado de Dedé, Alexandre Damásio Coelho.

O jornal alvo da ação pertence a Camila Ferreira da Silva e Francine Rosa Duclos da Silva. Até o começo do ano elas eram assessoras do vereador Koiti Takaki (sem partido), coordenador da campanha de Saulo. O parlamentar foi procurado para comentar o assunto, mas não retornou aos contatos do Diário.

 

PENA

Coelho declarou que a cassação do registro de candidatura ou do diploma pode ocorrer em 30 dias. Se condenado por abuso de poder econômico, o peemedebista ficará inelegível por oito anos. Mas ainda caberá recurso ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral).

Dedé reiterou que o processo se tornou reflexo do jogo político iniciado por Saulo. "Esse é o campo que ele quis jogar. Quero isonomia da campanha. A lei vale para mim e para ele", defendeu. O popular-socialista teve registro de candidatura indeferido após o peemedebista entrar com ação lembrando que, em 2004, o vice-prefeito foi condenado por abuso de poder econômico. (Colaborou Erica Martin)




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;