O valor médio da conta de água paga pelo corretor de imóveis José Aloysio do Couto, de 58 anos, no Parque Novo Oratório, em Santo André, era de R$ 160. Mas, desde março, a cobrança vem subindo continuamente e chegou a R$ 700 em agosto.

Com o preço absurdo, ele procurou o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André). A primeira vistoria da autarquia foi realizada no dia 2 de março, e, segundo o corretor, a equipe informou que o problema era interno. "Contratei mão de obra, fiz encanamento aéreo, fechamos a água por dois dias e o hidrômetro continuou rodando. E não achamos vazamento em nenhum lugar da casa nem na rua."

Segundo Couto, o Semasa já foi oito vezes até a casa dele. Em uma das visitas, fizeram um buraco no pé do relógio para conferir se havia vazamento, mas também não encontraram nada. "Me disseram dessa vez que precisariam de outro hidrômetro para fazer testes, mas que não tinha previsão para o aparelho chegar. Já chequei com os vizinhos e o meu é o único em que o ponteiro gira para os dois lados, obviamente com defeito."

Mesmo com o valor acima do normal, o corretor pagou as contas de água até o mês de maio, quando a fatura foi de R$ 206,12. "O próprio Semasa me aconselhou a parar de pagar as contas porque alguma coisa tem de errado". Entre os meses de julho e agosto, a cobrança foi de R$ 377,72 para R$ 692,54, aumento de 83%. "Pelo visto, no próximo mês vai ser R$ 1.000 de água."

Além das contas, Couto gastou cerca de R$ 600 com o encanador e materiais para tentar achar o vazamento apontado pela autarquia. "Ainda preciso pintar e passar massa corrida na parede que quebrei. Quero saber agora quando serei ressarcido."

O Semasa informou que a última avaliação e calibração no hidrômetro foram realizadas na quinta-feira. No entanto, não foi encontrada nenhuma irregularidade no aparelho, que foi trocado em abril de 2011. E que o alto valor na conta de água continua sendo por problemas internos na casa do corretor.