Categoria pede reajuste salarial de 10,25% e piso de
R$ 2.416,38; a próxima reunião será na terça-feira
Bancários e empresários do setor se reuniram ontem a fim de discutir questões econômicas da campanha salarial deste ano. Porém, nenhum acordo foi fechado. A categoria aguarda até terça-feira para saber qual proposta será feita pelos bancos.
Os trabalhadores pedem reajuste salarial de 10,25% e piso de R$ 2.416,38. Durante o encontro, banqueiros afirmaram que o cenário atual é delicado e que este ano não aponta bons resultados para as instituições financeiras, conta o presidente do Sindicato dos Bancários do ABC, Eric Nilson. "Não dá para aceitar justificativas como estas. Os bancos lucram cada vez mais, ano a ano", contesta o dirigente sindical. "Aguardamos a próxima reunião com a Fenaban (Federação Nacional de Bancos) para definirmos os passos da campanha. Vamos levar a proposta aos funcionários por meio de assembleias", diz Nilson.
O calendário ainda não foi definido. "Cada sindicato regional irá realizar seu ato", diz o presidente do Sindicato dos Bancários do ABC.
Com data base em setembro, além da valorização dos pisos salariais e o aumento, os trabalhadores da categoria reivindicam PLR (Participação nos Lucros ou Resultados) de três salários mais parcela fixa adicional de R$ 4.961,25, vale-refeição, cesta-alimentação e auxílio-creche no valor de R$ 622.
A negociação é nacional e direcionada pelo Comando Nacional dos Bancários. No Grande ABC estão em campanha 7.500 trabalhadores.
MOBILIZAÇÃO
Hoje representantes dos sindicatos filiados à Fetec/SP-CUT (Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Estado de São Paulo) se juntam ao Sindicato dos Bancários do ABC para realizar manifestação, contra a rejeição dos banqueiros à pauta de reivindicações.
A concentração será na Rua Xavier de Toledo, 268, Centro de Santo André. Neste ano, a caravana vai percorrer as ruas onde há maior concentração de agências bancárias. A mobilização teve início no dia 7 e encerra hoje.
CORREIOS
Os funcionários dos Correios não estão nada satisfeitos com a proposta feita pela companhia: 3% de aumento nos salários. O índice não chega nem perto dos 43,7% que os trabalhadores reivindicam. A data base é 1º de agosto.
A próxima reunião está agendada para segunda-feira. Segundo o secretário-geral da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares), Edson Dorta Silva, o encontro é fruto da convocação da Delegacia do Trabalho. "A proposta feita pela estatal é uma provocação aos trabalhadores. Acredito que a companhia quer mesmo é que iniciemos greve."
Silva esclarece que os 43,7% de aumento que a categoria solicita somam as perdas salariais desde 1994, o índice de inflação do País e aumento real de 10%. "O piso da categoria não chega a R$ 1.000 (hoje de R$ 917)", continua o representante.
Em 2011, os funcionários permaneceram 21 dias paralisados. O acordo só foi fechado após horas de negociação no TST (Tribunal Superior do Trabalho). Na ocasião, os trabalhadores aceitaram a proposta de reajuste de 6,87% e aumento linear de R$ 80.
No Grande ABC há 18 agências dos Correios, 20 centros de distribuição e um centro de tratamento, que empregam 1.400 pessoas.
COMERCIANTES
Outro grupo de trabalhadores que darão o pontapé inicial na campanha salarial deste ano é o dos comerciantes. Com data base em 1º de setembro, a primeira reunião entre a Fecomerciários (Federação dos Empregados no Comércio do Estado de São Paulo) e a classe patronal é hoje. A federação reúne 2 milhões de trabalhadores, incluindo o Grande ABC.
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