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Torcida reclama de insegurança, assédio e trânsito de Salvador
Dérek Bittencourt
Enviado a Salvador
14/06/2014 | 07:00
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Nem tudo foi festa para os torcedores em Salvador, principalmente para os turistas estrangeiros. O trânsito da capital baiana, a exemplo da insegurança e do assédio foram pontos negativos reclamados por alguns visitantes de outros países que assistiram à partida entre Espanha e Holanda, na Arena Fonte Nova. O contraste entre paisagens também foi notado e, inclusive, registrado em fotos.

O espanhol José Arana, 30 anos, estava acompanhado por um grupo com seis fanáticos pela Fúria. Com peruca nas cores vermelha e amarela, vestia a camisa da seleção e portava bandeiras do país europeu e da Andaluzia, local onde vive na Espanha.

Ele e os amigos chegaram cedo ao Dique de Tororó, localizado em frente ao estádio, e logo iniciaram a festa com gritos, cantos e batucadas. No entanto, em visita ao Pelourinho no dia anterior, teve problemas. “É um local muito perigoso, dá medo. Colocaram a mão dentro do meu bolso”, disse o torcedor. “Além disso, as mulheres ficam pedindo dinheiro”, relatou.

Com dois cenários bem opostos à vista – a Arena Fonte Nova e as casas populares bastante simples ao redor –, Arana lamentou tamanha disparidade. “É um contraste enorme. Vemos que tem muita gente necessitada. É preciso investir mais em Educação e dar mais formação ao povo”, concluiu o espanhol.

Já o canadense Jeremy Banning, 33 anos, reclamou de outro problema que afetou não apenas os turistas na tarde de ontem: o trânsito, que já no fim da manhã parou a capital baiana em diversos pontos.

“Está tudo meio difícil, complicado, uma loucura”, disse ele, que estava acompanhado pela mulher, Megan, 29, e trajava camisas da Holanda. Eles torceram pela Laranja Mecânica, pois suas avós nasceram no país nórdico.

Fãs de outros países apoiam as equipes - O jogo era entre Espanha e Holanda, mas não foram poucos os torcedores de outros países que compareceram à Arena Fonte Nova para incentivar uma das equipes ou apenas assistir a um dos grandes clássicos mundiais – que representou a final da Copa do Mundo de 2010. Vários deles, inclusive, eram de seleções que não conseguiram vaga para a disputa do Mundial, como turistas peruanos, canadenses, hondurenhos, trinitinos, entre outros. 

O australiano Michael Haslewood, 24, trajava camisa holandesa e mostrava-se encantado com o ambiente do Mundial. “É fantástico ver pessoas de todas as partes do mundo, como Israel, China, África...”, destacou o oceânico, que torceu ontem pela Holanda, mas ainda vai acompanhar o jogo entre seu país diante dos holandeses, mesmo um pouco descrente em uma vitória. “Precisamos melhorar muito. Não temos quase jogador na Europa.”

Os gêmeos canadenses Quinn e Shane Martin também vestiam camisas dos holandeses e eram outros a demonstrar satisfação pelo momento. “Não sei como explicar como estou me sentindo. Todo o mundo está aqui e estou feliz por também estar”, afirmou Quinn. Eles ainda acompanharão outros três jogos no Mundial, em Brasília, Porto Alegre e Rio de Janeiro. Pai e filha, os peruanos Rafael Ramirez Gastón, 52, e Daniela Ramirez Gastón, 21, não vieram ao Brasil para apoiar espanhóis ou holandeses. “Temos paixão por um bom futebol. Somos de um país vizinho. Já que nossa seleção não veio, pelo menos vamos assistir”, destacou o pai.




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