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Já existiram dragões?

Presente na cultura de muitos povos, o dragão foi inventado pelo homem há milhares de anos

Juliana Ravelli
Do Diário do Grande ABC
15/06/2014 | 07:00
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Divulgação


Quem nunca ouviu uma história sobre dragões? As gigantescas criaturas que voam e cospem fogo povoam a imaginação do homem há milhares de anos. Aparecem em lendas, contos, livros, gibis, filmes, séries de TV, espetáculos teatrais, músicas e pinturas. No entanto, até hoje, nenhum cientista descobriu algo que realmente comprovasse a existência desses seres.

Segundo estudiosos, dragões não poderiam existir porque nenhum animal jamais apresentou quatro patas e duas asas, uma vez que elas são a evolução dos membros anteriores, como acontece com os morcegos e aves. Sem contar que seria impossível uma espécie produzir chamas naturalmente e lançá-las pela boca.

INVENÇÃO - Não dá para saber quando e onde os dragões foram inventados, principalmente porque diferentes civilizações fazem referências muito antigas ao bicho. É o caso dos chineses. Passaram a acreditar nas criaturas após encontrar fósseis de dinossauros e pterossauros (répteis que voavam). Como não sabiam do que se tratavam, criaram histórias sobre os monstros. Os dragões também estão no folclore de diferentes povos da Europa, como gregos, além dos indianos, babilônios, persas, sumérios, astecas e outros.

As criaturas costumam ter significados diferentes de acordo com a cultura. No Oriente, por exemplo, são sinônimo de sorte, sabedoria e boas notícias. O dragão é até mesmo um signo do zodíaco chinês. No Ocidente, porém, são associados ao mal e à destruição.

NA NATUREZA - O dragão-de-Komodo (Varanus komodoensis) não é como as criaturas da ficção, que cospem fogo. Trata-se do maior lagarto terrestre do mundo; mede até 3 m de comprimento e pesa cerca de 100 kg. Muito agressivo, vive em algumas regiões da Indonésia, como a ilha Komodo. Em geral, come mamíferos de médio e grande porte, entre eles búfalos e javalis. Antes de ingeri-los, dá forte mordida, injeta poderoso veneno e espera que morram. No passado, pesquisadores acreditavam que as bactérias na saliva do animal causavam a morte da presa. Segundo a IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza), é espécie vulnerável.

Pirofagista cospe fogo

Na vida real, o único capaz de cuspir fogo é o pirofagista, artista circense especialista na perigosa tarefa. Para fazer isso, precisa estudar muito tempo. No início da carreira, treina com água. Aprende a expelir rapidamente o líquido pela boca em forma de minúsculas gotinhas, o que exige força e grande capacidade de armazenar ar nos pulmões. Só depois passa a usar o produto certo: água-de-fogo (importada da Europa) ou isoparafina. Apesar de não ser recomendado, há quem utilize querosene e diesel. A tocha, feita de material apropriado, com fogo é posicionada a determinada distância do rosto. Então, o artista borrifa o líquido em direção a ela, produzindo a superchama.

O pirofagista não pode babar ou engolir a substância; se bebê-la pode ter uma pneumonia química. Deve ir com muita frequência ao dentista, pois o líquido tóxico corrói os dentes. Os principais cuidados na apresentação são usar roupa de algodão (tecido sintético gruda na pele se queimar), fazer o número longe do público e em lugar sem vento, para não ser queimado ou machucar alguém.

Amor entre humanos e dragões

Cinco anos se passaram desde a primeira aventura. Soluço tem agora 20 anos, namora a valente Astrid e continua grudado com o dragão Banguela. Os habitantes de Berk, aliás, seguem vivendo pacificamente com as gigantescas criaturas cuspidoras de fogo. As coisas, porém, não continuarão calmas em Como Treinar o Seu Dragão 2, que chega quinta (19) aos cinemas.

O perverso Drago está capturando dragões para montar um superexército e dominar o mundo. Soluço acredita que pode convencer o vilão a esquecer a ideia. Stoico, pai do rapaz, tenta alertá-lo de que isso não será possível. Mas o jovem protagonista é teimoso demais para ouvi-lo.

Durante a aventura, Soluço se mete em encrencas e faz extraordinária descoberta. Para sair dos problemas, recebe a ajuda de velhos e fiéis amigos (humanos ou não).

Em algumas cenas temos a impressão de que estamos mesmo voando em cima de um dragão. Risadas também não faltarão. Escrita e dirigida por Dean DeBlois, a animação em 3D mostra quão forte o amor entre homens e animais pode ser. Revela ainda como, às vezes, temos de passar a borracha nos erros cometidos por quem amamos para seguir em frente com nossas vidas.

Saiba mais

No filme, os vikings são o povo de Soluço. Na vida real, eram guerreiros que viviam no Norte da Europa e que dominaram territórios entre os séculos 8 e 11.

Não se sabe ao certo como e quando a pirofagia surgiu. Mas há milhares de anos povos do Egito, Oriente Médio e China já cuspiam fogo.

Nas telonas

Saphira é a dragão fêmea superinteligente e companheira de Eragon na série de livros de Christopher Paolini que virou filme em 2006.

Barriga-de-ferro Ucraniano é o dragão que ajuda Harry Potter, Hermione e Rony na última parte da saga. É a maior espécie na história.

Mushu é o minúsculo e convencido dragão que ajuda a jovem Mulan a fingir ser um rapaz no exército chinês na animação de 1998.

Draco é a criatura do filme Coração de Dragão (1996) traída por um rei cruel. O bicho une-se a cavaleiro para lutar contra a maldade.

Hector é a criaturinha verde que convence a esperta Lilli a combater um vilão no filme A Bruxinha e o Dragão (2009), inspirado em livro.

 

Consultoria de Fausto Henrique de Oliveira, pirofagista da Cia. Corpo Mágico. 




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