As famílias da região caminham contra a correnteza, e estão começando a guardar mais dinheiro, enquanto a cultura do brasileiro é de gastar. Isso por causa do crescimento dos depósitos em poupança acumulados em fevereiro. Segundo o BC (Banco Central), o volume acumulado na modalidade no Grande ABC atingiu R$ 14,5 bilhões no Grande ABC, alta nominal de 20,6% sobre o segundo mês do ano anterior.
Pelo lado positivo, avalia o professor de Economia da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras) Silvio Paixão, as pessoas exercitam a capacidade de gestão das finanças. Assim tendem a consumir com mais consciência. Isso exigirá que o comércio se adeque. “E no fim das contas, haverá um desenvolvimento geral da economia regional.”
O crescimento aponta que houve alta da renda e na capacidade de poupar, principalmente das famílias da classe de consumo B, cerca de 50% da região, avaliou o coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero. Isso porque as classes C, D e E tendem a poupar menos. Para a classe A, a probabilidade é que o acesso seja mais constante em outras modalidades de investimentos mais arriscadas, que também podem gerar mais ganhos, já que têm maior rendimento disponível.
Segundo destacou o gestor do Inpes-USCS (Instituto de Pesquisas da Universidade Municipal de São Caetano), os gastos básicos consomem 44,3% da renda familiar da classe A, 60% da B, 68,9% da C e 79,9% dos grupos D e E. Para o professor de Economia da FSA (Fundação Santo André) Volney Gouveia, o avanço pode indicar menor chance de endividamento das famílias, tendo em vista que, se há renda disponível, a necessidade de crédito é menor.
Paixão alertou que o atual cenário da região, com as montadoras demitindo e reduzindo produção, assusta o consumidor. Por isso, como hipótese, também há parcela de poupadores que está se protegendo contra as incertezas do futuro. Eles consomem menos e a economia local tem queda na movimentação de dinheiro.
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