Os índices criminais divulgados pela SSP (Secretaria da Segurança Pública) registraram aumento no Grande ABC no primeiro trimestre do ano, em comparação com o mesmo período de 2013. Número de homicídios cresceu 2,7%, roubos e furtos gerais, 10,79%, e roubos e furtos de veículos, 22,91%. Na Capital, a ocorrência desses tipos de crimes também aumentou, respectivamente, 1,31%, 13,61% e 13,77%.

Tanto a cidade de São Paulo quanto a região seguem tendência contrária ao Estado no número de homicídios, que caíram 3,28%. Roubos e furtos gerais e de veículos, porém, também registraram aumento (veja os números na tabela ao lado).

Para o comandante interino da PM (Polícia Militar) da região, o tenente-coronel Paulo Barthazar Júnior, o aumento na criminalidade, especialmente nos índices de roubo e furto gerais e de veículos, pode ser atribuído ao boletim eletrônico, que passou a permitir o registro de ocorrências relacionadas a veículos em janeiro deste ano, segundo ele. “Com a facilidade de agilizar o registro pela internet, vemos o resultado da demanda que estava reprimida aparecer agora nas estatísticas criminais”, destaca.

Já sobre os homicídios, Barthazar afirma que a região viu neste ano casos difíceis de planejar ações de prevenção, por se tratar de crimes passionais, como os ocorridos na Volkswagen, em São Bernardo, e no Tênis Clube de Santo André. “A partir destas estatísticas, vamos direcionar o policiamento para cada problema específico. Desta forma, teremos o serviço de inteligência a nosso favor.”

No caso específico dos homicídios, Santo André e Mauá foram as únicas cidades da região que conseguiram reduzir seus índices na comparação entre os trimestres. Em Santo André, houve queda de 15% e em Mauá, 47,06%. Em Rio Grande da Serra o número se manteve estável, com um caso, e em Ribeirão Pires, passou de cinco para seis mortes (acréscimo de 20%).

Ângelo Isola, delegado seccional de Santo André, que também atende Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, garante que a mudança na forma de investigar os assassinatos contribuiu para a redução. “Antes os crimes eram todos investigados pelo setor de homicídios. Agora, isso é feito em parceria com os delegados locais, o que facilita os trabalhos porque eles conhecem a cidade onde atuam.” Isola garante que o esclarecimento dos assassinatos diminui a incidência, já que o criminoso percebe que sofrerá consequências.

A respeito do aumento nos roubos e furtos de veículos, o delegado seccional destaca que as rondas estão sendo ampliadas, principalmente em locais com grande incidência de casos. “Atuamos com o serviço de inteligência para identificar onde há mais ocorrências e, assim, mandar o patrulhamento para coibir.” (Colaborou Vanessa de Oliveira)