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Medula de João Pedro ‘pega’ 23 dias após o transplante

Menino continuará internado no Hospital Sírio-Libanês para monitorar a produção de células

Camila Galvez
Do Diário do Grande ABC
21/04/2014 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


Assim como o Natal trouxe um doador 100% compatível de medula óssea, a Páscoa proporcionou outro momento de grande alegria para a família do menino João Pedro Klem Lorenzoni Silva, 1 ano e 9 meses. A ‘pega’ da medula ocorreu ontem, 23 dias após a realização do transplante, em 28 de março. “Hoje (ontem) vamos brindar a vida. Jesus ressuscitou e, junto com ele, o nosso guerreiro”, disse a mãe do pequeno, a professora Luciana Lorenzoni, 32, em sua página no Facebook.

De acordo com a Ameo (Associação da Medula Óssea), a ‘pega’ é o momento após a transfusão da medula, quando esta já consegue produzir células do sangue em quantidades suficientes. Acontece quando a taxa de plaquetas alcança 20 mil milímetros cúbicos, sem necessidade de transfusão por dois dias seguidos, e quando os leucócitos ficam acima de 500 milímetros cúbicos por dois dias também.

Conforme os médicos que atendem o menino no Hospital Sírio-Libanês, onde ele está internado desde o dia 17 de março, os neutrófilos são células importantes para o sistema imunológico de João Pedro. “Elas são fortes e conseguem combater infecções”, destaca Luciana.

A ‘pega’ da medula, porém, ainda não significa que João Pedro está totalmente livre da síndrome de Wiskott-Aldrich. Luciana explica que são necessários outros exames para garantir que as células produzidas pelo corpo do menino são mesmo do doador, e não dele. “Isso deve ocorrer no D+30 (30 dias após a realização do transplante)”, afirma.

Além disso, os médicos iniciarão agora a troca dos medicamentos intravenosos para orais. “Quando ele se adaptar aos remédios, só então poderemos ir para casa e fazer o acompanhamento ambulatorial, que dura no mínimo 100 dias”, explica a mãe.

O Diário acompanha a história de João Pedro há pouco mais de um ano, quando se iniciou a busca pelo doador. Em 2013, foi realizada campanha para cadastrar potenciais doadores no Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea).

Atualmente, 1.241 pessoas estão em busca de um doador compatível no Brasil. No total, há 3,4 milhões de cadastrados como potenciais doadores. As chances de encontrar alguém com compatibilidade de 100% fora da família são de uma para cada 100 mil pessoas.

O cadastro para se tornar potencial doador é feito na Santa Casa de Misericórdia (Rua Marquês de Itu, 579, Vila Buarque, São Paulo), de segunda a sexta-feira, das 7h às 15h.




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