Você deve estar se perguntando se o 320i Active Flex não concorreria com o Classe C, da Mercedes. Sim, mas o sedã está em fim de carreira – passará por atualização em breve. Por isso optamos pelo CLA para enfrentá-lo neste comparativo. Afinal, mesmo não cativando especificamente o mesmo público, ambos têm muito em comum, desde o preço (na casa dos R$ 150 mil), passando pelas medidas e indo até o luxo e funcionalidade, vastos em ambos, porém, cada um à sua maneira. Sendo assim, está formado o duelo.

Suas principais semelhanças já foram apontadas. Agora, é hora de falar das diferenças, que, acredite, não são poucas.

A começar pela carroceria. Enquanto o 320i é um sedã sóbrio e convencional, o CLA 200 é mais ousado, cheio de vincos, é uma espécie de cupê de quatro portas. À lá CLS. E é realmente essa caidinha do teto (na parte traseira) que o faz levar vantagem no design quando o assunto pende para a esportividade. Por outro lado, tal característica atrapalha o conforto interno. Sentado no banco de trás, um adulto de tamanho mediano, impreterivelmente, vai bater a cabeça no teto.

 Ainda falando em interior, ao contrário do 320i, o CLA 200 não oferece itens  como saídas de ar atrás, tecla Start-Stop para partida do motor, ar-  condicionado de duas zonas e regulagem elétrica para os bancos dianteiros.  Por outro lado, o freio de estacionamento é elétrico e vem de série com teto  solar – ausentes no BMW.

 MOTOR

 Prestes a ser nacionalizado (em 2015, quando a fábrica da marca ficar  pronta), o BMW 320i Active Flex sai na frente como o primeiro bicombustível  turbo do mundo. Sim, o três-volumes se move graças ao motor 2.0 TwinPower  Turbo de 184 cv. São 27,5 quilos de torque a (baixos) 1.250 rpm. É daí que se  explica tamanho vigor.

 Aqui, o CLA 200 fica, literalmente, para trás. Apesar de torque semelhante e na  mesma faixa de giro (25,5 mkgf a 1.250 rotações), a mais nova aposta da  montadora da estrela de três pontas tem motor 1.6 turbo de 156 cv. Até os 100  km/h são necessários 8,5 segundos. O rival faz em 7,3.

 E muito desse bom desempenho do Série 3 se deve, também ao trabalho do câmbio automático de oito velocidades. As trocas são extremamente ágeis e suaves. Não dá para dizer o mesmo do CLA, que tem transmissão automatizada 7G DCT (sete marchas). Não é tão esperta quanto deveria, porém, só aqui há trocas também pelas aletas atrás do volante. Nele, a alavanca na coluna de direção causa certa estranheza.

Vale dizer que os dois têm modos de condução que pendem para o lado do conforto, da esportividade e da economia. Neste último, ponto para o Mercedes, que chegou a 8,5 km/l em ambiente urbano. O adversário não passou dos 7 km/l. O modo Start/Stop – que desliga o carro durante pequenas paradas – está disponível em ambos.

Apesar do volante mais pesado e da tração traseira, que deixa a condução mais, digamos, divertida, as suspensões do 320i tem suavidade de dar inveja ao CLA, que de tão rígida, se mostra extremamente seca em alguns momentos. Dá dó passar em buracos... Mas o fato é que, até pela sua pegada mais esportiva, o CLA não faz tanta questão de agradar nesse aspecto. Realmente, não são tão iguais quanto parecem.