O presidente do diretório do PSDB em São Bernardo, Paulo Neves, pediu que a bancada tucana na Câmara assinasse integralmente a CPI dos Uniformes, comissão de investigação proposta pela oposição para avaliar denúncias de irregularidades em licitações da Secretaria de Educação. O vereador Juarez Tudo Azul já aderiu ao grupo, mas Hiroyuki Minami segue sem rubricar o documento.

“Até pelo estatuto do partido, todos deveriam assinar. Buscamos sempre a transparência e, neste caso, a CPI se faz necessária. O Ministério Público já apurou desvio (de pelo menos R$ 4 milhões)”, sentenciou Neves, em recado direto para Minami.
Minami é o único parlamentar da oposição que não assinou o documento. O tucano tem dito que a CPI dos Uniformes não possui foco investigativo e chegou a propor própria comissão de apuração, com centralização em denúncias de irregularidade na compra de tênis. Ele ainda não apresentou oficialmente sua sugestão.

Além de cobrar o vereador, Paulo Neves também reclamou do fato de nenhum parlamentar da sigla ter apresentado o pedido de CPI. “A situação na Educação é gravíssima, se deteriora a cada dia. (A solicitação de investigação) Tinha de ter partido da nossa bancada”, reclamou o dirigente, que pretende se reunir com Minami nos próximos dias para reforçar o pedido pela assinatura.

Coordenador regional do tucanato, Márcio Canuto seguiu a linha do presidente são-bernardense. “Temos orientação nacional de ser oposição ao PT e, neste caso, há diversos elementos (para apuração por meio de CPI). A coordenação reforça solicitação para que ele (Minami) apoie a CPI”, discorreu. “Ele (Minami) tem de fazer isso (assinar a comissão) até em respeito pela população de São Bernardo.”

Canuto também afirmou que irá procurar Minami nesta semana para conversar sobre o tema.

A CPI dos Uniformes tem oito apoios até agora. Os oposicionistas Julinho Fuzari, Osvaldo Camargo, Marcelo Lima, Estevão Camolesi, Manuel Martins (todos do PPS), Pery Cartola (Solidariedade), Juarez Tudo Azul e o governista José Alves da Silva, o Índio (PR) – o republicano foi o único integrante da base de apoio do prefeito Luiz Marinho (PT) a aderir ao movimento.

A comissão precisa de dez assinaturas para que o requerimento seja incluído na pauta de votações no plenário. Depois disso, precisa de 15 votos para ser instaurada.
Na sexta-feira, o Gaeco ABC (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) denunciou a secretária de Educação, Cleuza Repulho (PT), por suspeita de irregularidades em licitações para compra de mochila e tênis à rede pública em 2009. A instituição solicitou, inclusive, prisão preventiva da titular da Pasta.